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Operação Fake Job: MP denuncia sete por golpe contra desempregados

Prodecon oferece denúncia contra os suspeitos por organização criminosa. Apenas uma das acusadas atendia, por dia, 20 pessoas, arrecadando quase R$ 70 mil por mês

atualizado

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RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
policia civil
1 de 1 policia civil - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou sete pessoas acusadas de aplicar golpes em desempregados de todo o país desde janeiro de 2013. As investigações foram feitas no âmbito da Operação Fake Job, deflagrada pela Polícia Civil do DF em julho deste ano, que resultou em 12 mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão. Os acusados responderão pelo crime de organização criminosa e, se condenados, podem pegar até 13 anos de prisão.

A denúncia foi feita na última sexta-feira (2/9) contra Renan Romero Dias, identificado como líder do grupo, Nichollas Ammirabile, Gislene Aline da Silva Randoli, Ana Paula Ferreira Gonçalves, Patrícia Oliveira Costa, Priscila de Cássia Amaral Mutti Silva e Sandra Carla de Souza

Segundo a denúncia do MP, o grupo divulgava oportunidades de emprego em sites, páginas em redes sociais, folders e jornais de grandes circulação, mas, quando a vítima entrava em contato, era informada da necessidade de fazer um curso ou de emitir certidão de antecedentes criminais mediante pagamento de até R$ 180. As vagas de emprego não existiam.

Ainda de acordo com os investigadores, a organização criminosa recrutava adolescentes para atuar no esquema, oferecendo comissão como forma de pagamento. As investigações identificaram 14 sites nos quais eram oferecidos os cursos com certificados supostamente necessários à obtenção das vagas. Todos eles remetiam a Renan Romero Dias, apontado como líder da quadrilha. Ele continua foragido da Justiça.

Quando muitos golpes eram aplicados pelo mesmo site, a página era desativada e outra era criada. Uma das acusadas afirmou ser, sozinha, responsável por 20 vítimas diárias, o que totalizava uma média de R$ 70 mil faturados por mês. As investigações ainda estão em curso e pode haver mais pessoas envolvidas nos crimes. O processo tramita na 2ª Vara Criminal de Brasília.

Vítimas
Na internet, é possível encontrar diversas reclamações de pessoas que caíram no golpe. Um desempregado do Pará, que não quis se identificar, deu detalhes de como caiu na armadilha dos criminosos.

“Além do anúncio feito no jornal, eles fazem a oferta por telefone, cujo número pegam no currículo. Mais uma vez, por telefone, oferecem a vaga de emprego, caso se faça o curso. Uma proposta dessa parece irresistível para quem está desempregado, não é?”, diz em depoimento.

O homem relata ainda que o “curso” custava R$ 150 e era pago pela internet. Depois, os acusados liberavam a senha para acesso ao conteúdo e para impressão do certificado. “Ao concluir o curso, existe um link de ‘encaminhamento’. É nesse momento que cai a ficha do candidato de que caiu no golpe. O dito encaminhamento não passa de uma lista mal feita de empresas de segurança de todo o Brasil, nada mais que isso. Não existe nada de encaminhamento, agendamento para entrevistas, nada de nada. Liguei para três das quatro empresas elencadas pelo site e todas informaram desconhecer a oferta de vagas.”

Outro homem de Brasília também diz que caiu no golpe e que, até o momento, não conseguiu contato com a empresa.

“Indicaram uma empresa para que eu pudesse me atualizar. O custo do curso era de R$ 250. Eu estava e ainda estou desempregado. Eles falaram que o aperfeiçoamento tinha duração de  três dias e, logo após a conclusão do treinamento, receberia o certificado. Garantiram a vaga. Contando com isso, peguei dinheiro emprestado com amigos para poder pagar o tal curso. Acontece que nunca consegui trabalho. Tentei entrar em contato com os responsáveis e nunca tive resposta. O site foi retirado do ar e o e-mail não é mais válido”. (com informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios)

 

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