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Nenê Constantino é condenado por mandar matar líder comunitário

Julgamento no Tribunal do Júri de Taguatinga terminou nesta quinta (11), após quatro dias. Outros três réus foram condenados e um absolvido

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1 de 1 nene constantino - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O empresário Nenê Constantino, 86 anos, foi condenado pelo assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, em 2001. Além dele, outros réus foram considerados culpados: o ex-vereador de Amaralina (GO) Vanderlei Batista Silva; o dono da arma usada no crime, João Alcides Miranda; e o ex-empregado do empresário João Marques dos Santos. Victor Bethônico Foresti, genro de Constantino, era acusado de corrupção a testemunha e foi absolvido.

Constantino, João Alcides, Vanderlei e João Marques foram condenados por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e cometido diante de dissimulação. Os dois primeiros também foram sentenciados duas vezes por corrupção de testemunha. Constantino, João Alcides e Vanderlei poderão recorrer da decisão em liberdade. João Marques, que estava preso, permanece detido.

Por volta de 1h30 desta sexta-feira (12/5), quarto dia de julgamento, o juiz João Marcos Guimarães Silva anunciou a pena de cada um. Constantino foi sentenciado a 16 anos e seis meses de prisão (13 anos e 6 meses pelo homicídio e 3 anos pela corrupção de testemunha), a serem cumpridos em regime inicialmente fechado, além de multa de R$ 84 mil .

João Miranda pegou 17 anos e meio de prisão; João Marques, 15; e Vanderlei, 13. As penas de Constantino e Vanderlei foram atenuadas porque ambos têm mais de 70 anos. A condenação de João Marques foi mais severa porque ele possuía maus antecedentes criminais.

A defesa de Nenê Constantino afirmou que vai recorrer da decisão, comemorada pelo promotor Bernardo Resende. “O resultado me agrada muito, não pela dimensão, mas pelo trabalho realizado há muito tempo, desde a fase de denúncia e inquérito. Nosso país vive uma crise muito grande e algumas pessoas se consideram mais supremas que as outras. Esta decisão é um recado de que esse tipo de comportamento não será aceito”, afirmou.

O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Taguatinga. Os sete jurados, sendo quatro mulheres e três homens, ficaram convencidos de que Nenê mandou executar o líder comunitário e os demais condenados tiveram participação no crime. No entanto, o autor dos disparos, Manoel Tavares, não foi julgado porque já morreu.

O resultado foi divulgado por volta das 23h15 desta quinta-feira (11/5), após os jurados deliberarem por duas horas e meia em uma sala secreta. As penas, no entanto, só foram definidas na madrugada.

Na sessão ao longo desta quinta-feira (11/5), acusação e defesa apresentaram réplica e tréplica de seus argumentos. Pela manhã, o promotor Bernardo Resende apresentou gravações telefônicas que provariam a culpa dos réus.

O promotor também refutou a tese da defesa de que um homem chamado Padinho seria o verdadeiro responsável pelo assassinato do líder comunitário. Por fim, Resende apresentou o vídeo de uma testemunha que alegou ter recebido a oferta de uma casa para confirmar a versão de que Padinho era o homicida.

Embate e pico de pressão
Os dias anteriores foram marcados pelos embates entre acusação e defesa. Enquanto o Ministério Público apresentava provas da culpa de Nenê e dos demais réus, os advogados refutavam as evidências.

Na noite de segunda-feira (8/5), primeiro dia de sessão, Constantino passou mal ao sofrer uma queda de pressão. Após receber atendimento médico, foi dispensado de estar no plenário nas sessões seguintes, por ser idoso e ter problemas cardíacos.

Vanderlei Batista também deixou a Corte na noite desta segunda (8) devido ao estado de saúde: ele faz tratamento de câncer e não pode ficar sentado por muitas horas.

Constantino e Batista voltaram ao tribunal na terça, quando os réus foram interrogados. Na ocasião, afirmou que era inocente, não conhecia a vítima e não sabia quem tinha matado Márcio. “Só soube da morte dele dois dias depois. Se eu tivesse que matar um frango, morreria de fome”, chegou a dizer o acusado.

“Ajuda”
Ainda de acordo com o empresário, ele cedeu o terreno de uma antiga garagem para funcionários morarem, mas outras pessoas começaram a usar o local, incluindo o líder comunitário. O réu admitiu que chegou a visitar o terreno e que houve um bate-boca, mas sem agressão. “Ofereci ajuda para que pudessem se mudar”, contou Nenê Constantino.

A argumentação do ex-presidente da Gol não convenceu os jurados, que decidiram pela condenação de quatro dos cinco réus.

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