MPF decide se vai manter recomendação à Petrobras de suspender leilão
Segundo informações, os equipamentos da fábrica de amônia estão avaliados em mais de R$ 19 milhões
atualizado
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O Ministério Público Federal (MPF) vai decidir até a semana que vem se mantém ou não a recomendação feita à Petrobras para que suspenda o leilão dos equipamentos da fábrica de amônia que construiria no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro. A empresa leiloaria os equipamentos nesta semana, isoladamente, por meio do site Petronect, por onde vende máquinas com pouco ou nenhum uso.
O MPF diz que “realizou uma reunião com representantes da Petrobras, no dia 18 de janeiro, na qual a empresa informou as medidas que vem adotando para minorar os prejuízos gerados pelo cancelamento do projeto da planta de amônia de Uberaba/MG, inclusive a alienação de equipamentos por meio do leilão ora adiado”.
Procurada, a Petrobras informou apenas que o leilão dos equipamentos foi adiado para o período de 20 a 22 de fevereiro para que implemente melhorias no seu portal de leilões. Informou também que “o preço mínimo de avaliação atribuído a cada bem não foi divulgado por tratar-se de informação confidencial”. Segundo o MPF, os equipamentos estão avaliados em mais de R$ 19 milhões. Esse deve ser o lance mínimo do conjunto das máquinas.
A fábrica de amônia de Uberaba (MG) fazia parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), junto de outras unidades produtoras de fertilizantes que estavam sendo construídas pela estatal para atender à crescente demanda do setor agropecuário e para reduzir a dependência externa do país. O projeto, no entanto, foi abandonado depois que a empresa entrou em crise financeira e passou a concentrar o investimento no que atualmente considera seu negócio principal – petróleo e combustíveis.As outras duas unidades de fertilizantes que estavam sendo construídas em Três Lagoas (MS) e Araucária (PR) também foram suspensas, mas, ao contrário da usina mineira, foram incluídas no plano de desinvestimento da Petrobras e devem ser repassadas para outros investidores.
Segundo o prefeito de Uberaba, Paulo Piau (PMDB), a estatal não conseguiu atrair interessados para o projeto mineiro porque, diferentemente das outras duas regiões, em Uberaba não há rede de gasoduto instalada para abastecer a fábrica. Piau diz que um dos principais atrativos da fábrica de amônia é justamente viabilizar a instalação da rede de transporte do combustível, o que contribuiria para atrair novas empresas, ainda que de outros segmentos de atuação.
Segundo Piau, a fábrica de amônia demandaria 1,5 milhão de metros cúbicos por dia (m3/d) de gás natural para consumo próprio. Outras empresas aguardam a rede para se instalar no Triângulo Mineiro. Uma delas consumiria 200 mil m3/d, segundo o prefeito.