Ministério Público do DF recomenda apuração de fraudes em sistema de cotas do concurso do TJDFT
Inscritos no certame denunciaram ao MPDFT a inexistência de um procedimento de checagem das características físicas dos concorrentes que se declararam negros e pardos
atualizado
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Os candidatos que se declararam negros ou pardos no último concurso público do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) precisarão ser submetidos a uma entrevista presencial elaborada por uma comissão de verificação da autodeclaração. Inscritos no certame denunciaram ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a inexistência de um procedimento de checagem de possíveis fraudes no sistema de cotas.
Após a denúncia, o MPDFT analisou o caso e recomendou, na última quarta-feira (9/3), que o TJDFT criasse a comissão. Segundo a promotora de Justiça, integrante do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação Racial, Cíntia Costa, o tribunal encaminhou um ofício ao órgão, também na quarta, em que se comprometeu a adotar providências para a viabilizar a verificação das características físicas (fenótipo) desses candidatos.
Trechos da demanda enviada ao MPDFT pelos candidatos do concurso indicam que há inscritos que não possuem o fenótipo de pessoas negras e que é injusto que as vagas destinadas às cotas sejam ocupadas indevidamente. “Utilizar apenas a autodeclaração abre espaço para eventuais fraudes. É muito importante que exista um mecanismo de confirmação da veracidade dessas informações”, explica a promotora.O MPDFT também aconselhou que a comissão seja composta por representantes de organizações voltadas para o combate ao racismo como, por exemplo, o Conselho dos Direitos do Negro do Distrito Federal e o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Universidade de Brasília (UnB).