Médico é condenado por morte de jornalista após lipoescultura
Cirurgia de Lanusse foi realizada em clínica sem UTI, banco de sangue ou ambulância. Justiça considerou a conduta negligente e imprudente
atualizado
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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) obteve a condenação do médico Haeckel Cabral Moraes pelo homicídio culposo (sem intenção de matar) da jornalista Lanusse Martins Barbosa. A pena, fixada em dois anos de detenção, foi substituída por duas penas restritivas de direitos, que ainda serão determinadas pela Vara de Execuções Penais.
O crime ocorreu em 2010, quando a vítima, então com 27 anos, se submeteu a um procedimento de lipoescultura. Ela teve um rim perfurado devido ao manuseio incorreto da cânula de aspiração pelo médico. A cirurgia foi feita sem a presença de um cirurgião auxiliar e sem a estrutura necessária (UTI, banco de sangue e ambulância).Na decisão, o juiz da 6ª Vara Criminal de Brasília acatou os argumentos da Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida) e considerou que “diante das provas contundentes reunidas e devidamente analisadas, não há qualquer dúvida quanto ao fato denunciado e imputado ao réu (homicídio culposo), pois, embora não quisesse o resultado, em razão de sua conduta negligente, imperita e imprudente, adveio o resultado morte”.