Médico é condenado por homicídio culposo após morte de paciente no DF
Sentença destacou negligência do cirurgião Sérgio Puttini no período pós-operatório de mulher submetida à retirada da vesícula biliar
atualizado
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O médico Sérgio Puttini Machado foi condenado por homicídio culposo em virtude de uma suposta negligência após alta da paciente. A pena de dois anos de prisão foi substituída por sanções restritivas de direitos, ainda não fixadas pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) já se manifestou contra a substituição da pena e irá recorrer do julgamento, ocorrido na última sexta-feira (6/4), cujo resultado só foi divulgado nesta quarta (11).
Marlene precisou ser internada novamente e passou por mais quatro cirurgias com o mesmo médico. Como não apresentava melhoras, os familiares recorreram a outro profissional, mas o quadro não foi revertido e a mulher acabou morrendo por falência múltipla de órgãos.
O MPDFT acusa o médico de ter causado danos ao sistema biliar e arterial hepático da paciente por manipulação cirúrgica indevida. Na decisão, o juiz Wagno Antônio de Souza considerou que “o réu agiu com imperícia e foi negligente no pós-operatório”.
Conforme alegou a defesa, o procedimento cirúrgico era correto e adequado, bem como as técnicas utilizadas e a capacidade do médico. Argumentou, ainda, que todo processo operatório está sujeito a complicações, sendo comum o aparecimento de lesões biliares.
A perícia confirmou parte das alegações da defesa. O que pesou contra Sérgio Puttini, segundo consta na sentença, foi a omissão no acompanhamento da paciente, fator determinante para a morte de Marlene.
Na esfera cível, tramita um pedido do MPDFT de indenização de R$ 135.600, a título de danos morais. “Considerando que a vítima tinha apenas 45 anos e estava em bom estado de saúde, concedo o pedido do Ministério Público”, disse o juiz na sentença.
Em 2015, Sérgio Puttini havia sido condenado a 1 ano e 4 meses de detenção também por homicídio culposo, após a realização de uma cirurgia que envolve a abertura da cavidade abdominal. (Com informações do MPDFT)