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TCDF manda Linknet, da Caixa de Pandora, devolver R$ 55 mi ao erário

Corte constatou irregularidades como pagamentos indevidos, sobrepreço e falta de cobertura contratual. Ex-gestor do DF rachará a multa

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
TCDF
1 de 1 TCDF - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

A empresa de tecnologia e telecomunicações Linknet e o ex-diretor-presidente da Agência de Tecnologia da Informação do DF Luiz Paulo Costa Sampaio terão que restituir mais de R$ 55 milhões aos cofres públicos. O valor, fixado em Tomada de Contas Especial do Tribunal de Contas do DF (TCDF), é ressarcimento ao erário pelo envolvimento de ambos na Caixa de Pandora, maior escândalo da história política da capital.

O julgamento ocorreu no último dia 13, mas o acórdão só foi publicado nesta quarta-feira (26/7). De acordo com investigações policiais e do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a Linknet e Sampaio integraram o esquema de pagamento de propinas e mesadas que envolvia figurões das cenas política e empresarial brasilense durante o governo de José Roberto Arruda (PR).

A Linknet seria a responsável por repassar recursos ilícitos provenientes de contratos que ela conseguia de forma irregular com o GDF. Luiz Paulo Costa Sampaio, por sua vez, teria a missão de gerir os contratos, já que comandava a Agência de Tecnologia do DF. De acordo com as denúncias, enquanto servidor da Secretaria do Planejamento, era ele quem autorizava os pagamentos dos contratos de informática.

No acórdão, o relator do processo, conselheiro José Roberto Paiva Martins, afirma que foi constatado o superfaturamento decorrente de sobrepreço, mas não houve comprovação de que os serviços contratados por parte da Linknet tenham sido prestados.

Também não ficou comprovada a cobertura contratual para o aluguel de equipamentos de informática, a instalação de softwares e produtos de computação e a prestação de serviços técnico-operacionais. O período analisado foi de janeiro a dezembro de 2007.

O valor total da multa a ser paga pela empresa e pelo ex-gestor do GDF é de R$ 55.130.026,13, podendo aumentar caso haja demora na quitação do débito.

Veja quem mais foi flagrado pelo delator da Caixa de Pandora, Durval Barbosa: 

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O então distrital Odilon Aires também foi flagrado pela "Durval Filmes"
A então distrital Jaqueline Roriz, com seu marido Manoel Neto <i>(em pé)</i>, recebendo sua cota com Durval
Leonardo Prudente é flagrado outra vez: ele chegou a esconder dinheiro nas meias
Durante a Caixa de Pandora, Arruda <i>(sentado)</i> recebendo dinheiro de Durval: cena clássica de um filme indigesto
Empresário Alcir Collaço escondeu notas de R$ 100, entregues por Durval, na cueca
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O então presidente da CLDF, Leonardo Prudente guardando dinheiro repassado pelo delator nos bolsos do paletó

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O então distrital Odilon Aires também foi flagrado pela "Durval Filmes"

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A então distrital Jaqueline Roriz, com seu marido Manoel Neto (em pé), recebendo sua cota com Durval

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Leonardo Prudente é flagrado outra vez: ele chegou a esconder dinheiro nas meias

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Durante a Caixa de Pandora, Arruda (sentado) recebendo dinheiro de Durval: cena clássica de um filme indigesto

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Empresário Alcir Collaço escondeu notas de R$ 100, entregues por Durval, na cueca

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Kacio Pacheco/Metrópoles

 

Um dos elementos da acusação para comprovar a participação da Linknet no esquema da Caixa de Pandora foi o vídeo gravado pelo delator Durval Barbosa com o dono da empresa, Gilberto Lucena. No flagrante (reproduzido abaixo), o empresário detalha as transações e a distribuição de recursos.

 

O homem-bomba
Ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda e homem de confiança do ex-governador para o repasse de propinas, conforme consta nas investigações, Durval Barbosa resolveu trocar o acervo próprio de áudios e vídeos que possuía — com flagrantes de empresários e políticos recebendo recursos supostamente ilícitos, em espécie — por redução de pena em eventuais condenações na Justiça. Virou delator e passou a colaborar com as investigações, inclusive fazendo novos grampos dos acusados – dessa vez, com a devida autorização judicial.

O ex-gestor Luiz Paulo Sampaio, que também fez parte do quadro da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), era um importante aliado de Durval Barbosa. Ele chegou a ser cotado para fazer acordo de delação premiada no âmbito da Caixa de Pandora. Teria, inclusive, dito que Durval possuía vídeos inéditos que não tinham sido entregues à Justiça junto com as peças que derrubaram as cúpulas do Executivo e do Legislativo locais, além de representantes do Ministério Público do DF e Territórios.

O Metrópoles tentou contato com todas as partes, mas até o fechamento desta matéria não havia obtido retornos.

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