Leila Cury: “Não se pode garantir que não venha a ocorrer rebelião”
Titular da Vara de Execuções Penais do TJDFT, juíza Leila Cury enviou e-mail a servidores da Corte no qual discute situação prisional do DF
atualizado
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Conhecida pela discrição e pela seriedade, a juíza titular da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, Leila Cury, utilizou um e-mail enviado aos servidores do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) para discutir a situação prisional de Brasília. De acordo com a magistrada, “não se pode garantir que não venha a ocorrer rebelião no DF, pois isso foge ao nosso controle”.
No texto, a juíza assume que existe demora na análise de pedidos judiciais feitos pelos detentos, por conta da necessidade de avaliação de cada um dos processos em tramitação na vara, que hoje somam 48.800 unidades.No entanto, Cury afirma que todas as atividades de competência da VEP, sejam judiciárias ou administrativas, estão sendo realizadas de forma regular. Ela reforça que realiza visitas mensais a todos os presídios da capital federal.
Mas ela afirma entender que as rebeliões que têm ocorrido em presídios brasileiros não são causadas primordialmente pela demora na análise dos pedidos ou até mesmo por superlotação, “mas pela guerra entre facções por disputa de poder territorial”, que, “lamentavelmente, contam a corrupção de agentes públicos e privados”.
Leila Cury esclarece ainda o processo de confecção do relatório sobre o sistema prisional do DF, pedido pela presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. De acordo com a juíza, o documento foi feito no fim de semana com o apoio de 30 servidores e dois estagiários e entregue no fim da tarde da última segunda-feira (16/1).
Por fim, a magistrada faz um agradecimento aos outros juízes e servidores da Vara de Execuções Penais que, de acordo com Leila Cury, “não medem esforços e costumam trabalhar diariamente além do horário, sem qualquer compensação, independentemente de haver ou não solicitação de esforço concentrado”.