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Justiça nega recurso de médico acusado de integrar Máfia das Próteses

Henry Greidinger Campos terá de indenizar uma paciente que foi submetida a tratamento inadequado

atualizado

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1 de 1 Máfia-31 - Foto: PCDF/Divulgação

A 1ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) rejeitou, por unanimidade, um recurso do médico Henry Greidinger Campos e da Clínica Geral e Ortopédica Sudoeste. O profissional de saúde é acusado de integrar organização criminosa conhecida como Máfia das Próteses.

Na primeira instância, Henry Greidinger e a clínica foram condenados a pagar indenização por danos morais a uma ex-paciente. Segundo laudo pericial apresentado por médico especialista, o profissional e o estabelecimento excederam-se tanto no tratamento dispensado quanto na compra dos materiais para a realização do procedimento na vítima.

De acordo com os autos, a mulher procurou o consultório do profissional sentindo fortes dores na região lombar e, na ocasião, o médico a informou sobre a necessidade de realizar uma intervenção denominada rizotomia interfacetária.

A paciente contou que, alguns dias depois, foi internada para a cirurgia, mas, somente após a conclusão, informaram que havia sido realizada uma outra intervenção, pois o plano de saúde não teria autorizado o procedimento originalmente indicado.

A vítima desconfiou do relato e procurou a operadora do plano de saúde, a qual confirmou que haviam sido liberados três procedimentos solicitados pelo médico – discografia, discectomia e rizotomia. Contudo, eles não foram realizados pelo profissional e levaram a requerente a denunciar a situação.

Negligência

Depois disso, a autora procurou outro profissional, pois as dores não cederam, e foi informada que seu quadro clínico continuava inalterado. Pela negligência médica e pela tentativa de fraudar o plano de saúde, ela entrou com pedido de danos morais na Justiça.

Em sua defesa, o médico alegou que o convênio não havia liberado o material necessário para a intervenção inicialmente prescrita. Por esse motivo, teria realizado um outro que cumpriria as funções do anterior, na tentativa de diminuir as queixas de dor da paciente.

Destacou que não se podia, dessa forma, confundir insucesso no tratamento com erro médico. Os réus questionaram ainda o laudo técnico apresentado pelo perito, alegando que seus comentários ultrapassaram os limites de sua designação.

Máfia das Próteses

Além de Henry Greidinger Campos, outros profissionais de saúde também foram presos acusados de integrarem organização criminosa suspeita de contratar uma gráfica para fraudar lacres de materiais hospitalares. Segundo as investigações, a quadrilha reutilizava equipamentos que deveriam ser descartados após as cirurgias.

Os investigados também abriram uma empresa que fornecia órteses, próteses e materiais especiais, as chamadas OPMEs, para hospitais e clínicas do DF a preços superfaturados. A lista de clientes e a estimativa de lucro da organização criminosa serão levantadas no decorrer da investigação, após a análise dos materiais apreendidos.

Os médicos realizavam cirurgias desnecessárias e malsucedidas para gerar a necessidade de outros procedimentos. “Ao final dessas intervenções, notamos que a qualidade de vida dessas pessoas caiu drasticamente. A maioria vive à base de medicamentos como morfina, perdem a mobilidade e precisam de tratamento psiquiátrico. É uma investigação de grande relevância.”

Veja imagens da operação do dia 03/05/2019:

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PCDF deflagra nova fase da Operação Mr. Hyde
Porsche Cayenne apreendido pela PCDF
Operação é coordenada pela Cecor
PCDF deflagra nova fase da Operação Mr. Hyde
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Operação é coordenada pela Cecor

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PCDF deflagra nova fase da Operação Mr. Hyde

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Para se ter uma ideia do alto rendimento dos investigados, a PCDF detalhou os valores de dois dos produtos vendidos por eles a preços exorbitantes. A quadrilha comercializava o parafuso canulado, usado em cirurgias ortopédicas, por R$ 2,5 mil. O preço real é R$ 140. Outro valor que chamou atenção foi o da âncora de fio, cujo preço de mercado é R$ 180, mas era vendida pela quadrilha por R$ 4,1 mil.

A Coordenação Especial De Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes Contra a Administração Pública (Cecor) apurou até mesmo se os produtos são de origem lícita ou provenientes de descaminho, quando não há pagamento de imposto.

Prisões e mandados de busca

Seis mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão foram cumpridos na última fase da Mr. Hyde. Um veículo da marca Porsche, modelo Cayenne, está entre os bens apreendidos. O carro, avaliado em R$ 130 mil, está em nome da empresa A&C Clínica Médica Ltda., localizada em Sobradinho.

Também foram feitas buscas no Sudoeste, na Asa Sul, na Asa Norte e em São Paulo. Na capital paulista, foi preso um dos testas de ferro da quadrilha.

Desde que o caso veio à tona, com a deflagração da primeira fase, em 1º de setembro de 2016, 150 vítimas do esquema procuraram a polícia para prestar depoimento. Os relatos incluem mutilações e tentativa de homicídio, segundo consta no inquérito policial. Naquela data, 13 pessoas foram presas, incluindo médicos acusados de participação no esquema.

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