Justiça nega liberdade a acusado de integrar organização da Kriptacoin
Fernando Ewerton, um dos presos na Operação Patrick, está na Papuda desde a última sexta-feira (22/9)
atualizado
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O desembargador Silvânio Barbosa dos Santos, do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) negou, nesta segunda-feira (25/9), habeas corpus a Fernando Ewerton Cezar da Silva, 30 anos, um dos presos na Operação Patrick. A ação, deflagrada na quinta-feira (21) pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor e Fraudes (Corf) em conjunto com a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Consumidor (Prodecon), desmantelou o grupo responsável pela criação da moeda virtual Kriptacoin.
Fernando, que desde sexta (22) está no Complexo Penitenciário da Papuda, é acusado de integrar a organização criminosa que lesou milhares de investidores. Os crimes investigados são: lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsificação de documentos e pirâmide financeira. Segundo a polícia e o Ministério Público, o grupo movimentou R$ 250 milhões. Cerca de 40 mil pessoas teriam investido na moeda e podem ter sido lesadas.
O negócio, que funciona em esquema de pirâmide, visa apenas a encher o bolso dos investigados, alguns com diversas passagens pela polícia por uma série de crimes. Entre eles, estelionato.
Wall Street Corporate
Dois dos principais alvos da operação são os irmãos Welbert Richard Viana Marinho, 37 anos, e Weverton Viana Marinho, 34. Eles não têm os nomes publicados no site da empresa Wall Street Corporate, criadora da moeda, e não constam como sócios nos dados da Receita Federal, mas se apresentam como presidentes do grupo.
Fernando Ewerton, herdeiro de uma concessionária de Brasília, na qual atua como diretor, se apresentava como representante da Kriptacoin. Ele tem vários registros na polícia. As passagens são de lesão corporal, infrações no trânsito, acidente com vítima, danos a bem particular e injúria. O último acidente ocorreu em maio deste ano.
O jovem estava com a namorada em uma Ferrari vermelha, no Lago Sul. O carro de luxo ficou completamente destruído depois de bater em outro veículo onde estavam mãe e filha de um ano e sete meses. Testemunhas contaram à Polícia Militar que o motorista da Ferrari estava em alta velocidade. O velocímetro do automóvel estaria marcando 120km/h. Ele negou.
De acordo com informações da Polícia Militar, Fernando se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi conduzido para a 1ª Delegacia de Polícia. A reportagem apurou que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Fernando está suspensa devido a infrações cometidas em 2010, 2011 e 2012. Todas por alcoolemia ao volante. Por lei, só poderia dirigir após regularizar a situação junto ao Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran).
Em 2007, Fernando e o irmão Felipe foram acusados de espancar, usando uma barra de ferro, um casal de turistas que estava em uma festa no Lago Sul. O caso também foi parar na polícia.
Ostentação
Em um vídeo que circulou no WhatsApp, Fernando aparece com Weverton Viana Marinho, 34 anos comemorando a compra da segunda Ferrari pelo grupo. Weverton e o irmão Welbert Richard Viana Marinho, 37, são sócios e diretores da empresa Wall Street Corporate, criadora da moeda digital Kriptacoin.
Veja o vídeo: