metropoles.com

Justiça do DF autoriza família a plantar maconha para tratamento da filha

Decisão, inédita no DF, beneficia paciente de 17 anos que sofre com a Síndrome de Silver Russell

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

Uma família do Distrito Federal conseguiu o direito de plantar pés da planta Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, para o tratamento da filha. A autorização foi dada nesta quinta-feira (5/10) pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que concedeu habeas corpus preventivo.

A decisão, inédita na capital federal, beneficia uma adolescente de 17 anos, que sofre da Síndrome de Silver Russell. Aos 3 anos, a menina teve uma dor de ouvido e foi medicada com nimesulida. Isso desencadeou um edema cerebral e uma infecção, que resultaram em hemiparesia — paralisia em um lado do corpo.

Desde então, as convulsões eram frequentes, e a criança chegou a quebrar um dedo devido à força descarregada durante as crises. Desde então, ela tem convulsões, sofre dores crônicas e paralisia nos membros. O tratamento com a cannabis ajuda a amenizar os sintomas.

O salvo-conduto para o plantio de maconha havia sido negado pela 4ª Vara de Entorpecentes, mas a família entrou com recurso na 1ª Turma Criminal para liberar o plantio. A autorização prevê que a família possa extrair do óleo e da pasta da maconha as substâncias tetra-hidrocarbinol (THC) e canabidiol (CBD). Apenas a segunda era liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No entanto, isso não era suficiente. O CBD ameniza as convulsões, mas o uso de morfina ainda era necessário e considerado pouco eficaz pela família. Era necessário gastar US$ 1 mil por mês e depender da burocracia da Receita Federal para liberação. O THC teria efeitos mais significativos e, sob a orientação de médicos, o plantio foi iniciado.

Foram adquiridas sementes e equipamentos para que a planta pudesse ser cultivada dentro de casa. A espécie correta foi encontrada e a família soube que precisaria apenas de mudas feminilizadas, porque são elas que fazem o efeito desejado. Foi comprado inclusive um vaporizador para uso em crises mais severas.

Antes que tivesse problemas com a lei, os pais da adolescente entraram na Justiça pedindo autorização para o manuseio da cannabis. Na decisão, fica estipulado que a planta pode ser manipulada apenas pelo pai, o padrasto e a irmã da paciente.

Os restos da produção devem ser descartados e relatórios sobre o produto extraído precisam ser entregues periodicamente ao Poder Judiciário. A Polícia Civil também foi designada para fiscalizar a operação.

É a primeira vez que a Justiça do DF concedeu essa autorização. Decisões semelhantes ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Segundo a advogada Daniela Peon Tamanini, essa foi a única ação negada em primeira instância.

Obviamente, ninguém quer dar maconha para uma criança. Mas os pais estudaram e começaram a plantação sob orientação de profissionais. Foi realmente por falta de opção

Daniela Peon Tamanini, advogada da família

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?