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Justiça decreta prisão preventiva de jovem que planejou massacre

Decisão foi tomada em audiência de custódia realizada neste domingo (01/03/2020). PCDF prendeu o suspeito horas antes do evento

atualizado

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A Justiça do Distrito Federal converteu, neste domingo (01/03/2020), em preventiva a prisão de Henrique Almeida Soares, 19 anos. Ele é acusado de ameaçar “fazer um massacre” em um show de funk no Setor Comercial Sul no último sábado (29/02/2020).

O suspeito foi preso em flagrante pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) horas antes do crime. Na residência do jovem, a corporação encontrou bombas e livros com incitação ao ódio, além de máscaras e dinheiro em espécie.

Na sentença, a juíza Verônica Torres Suaiden afirmou que o fato de Henrique não ter antecedentes criminais não assegura que ele possa responder pelo crime em liberdade. “Não bastam para afastar a custódia cautelar, quando evidenciada a gravidade concreta da conduta imputada. Demando medida efetiva para garantia da ordem pública”, destacou.

Foi preciso desarmar a bomba  produzida pelo rapaz. Henrique planejava, ainda, a explosão de carro-bomba e a execução de sobreviventes com arma de fogo no evento. A polícia apreendeu 5 quilos de nitrato de amônia e 1 quilo de nitrato de potássio, que poderiam ser usados para produção de outro artefato.

“O material era suficiente para derrubar uma casa. Ele tinha muito poder de fogo”, destacou delegado-chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Giancarlos Zuliani Júnior.

Veja o vídeo:

O massacre planejado pelo jovem ocorreria nesse sábado (29/02/2020). A motivação do ataque ainda é um mistério, mas o rapaz já havia detonado pelo menos um artefato no passado, quando perdeu a falange de um dedo.

Segundo o delegado Dário Taciano de Freitas Júnior, da DRCC, a empresa Yahoo! enviou o alerta do possível ataque na sexta-feira (28/02/2020), a partir de postagem na internet. “Ele disse que faria um massacre histórico em um show de rap e funk com adolescentes, que ele chama de vagabundos, descolados e drogados”, relatou.

“Disse que iria utilizar o conhecimento dele em arma química e usar armas ilegais, iria explodir o local, utilizar carro-bomba. Os sobreviventes, ele iria matar com disparos de arma de fogo”, pontuou o delegado. A polícia utilizou métodos de investigação cibernética para chegar ao suspeito, em uma casa no Lago Norte.

Com autorização de busca e apreensão da Justiça em mãos, os agentes foram até o local. O Departamento de Operações Especiais (DOE) participou da diligência. No local, foram encontrados artefatos, explosivos e substâncias aptas à preparação de algum tipo de explosivo. A polícia também encontrou muito dinheiro em espécie.

Veja o material apreendido com o suspeito:

Bombas

No quarto do jovem, havia desenhos com pessoas sendo mortas a facadas, tiros e balas de canhão, além de um livro intitulado Manual do Ódio.

O rapaz não tem passagem criminal. “Conforme entrevista preliminar de familiares, inclusive da própria genitora, e dele próprio, vimos que ele sempre gostou de mexer com explosivos. No ensino médio, com um grupo da escola, explodiu um determinado artefato e perdeu a falange de um dos dedos”, revelou.

O rapaz será, a princípio, indiciado pelo Estatuto do Desarmamento, com pena de 3 a 6 anos de prisão. O acusado será encaminhado para o Departamento de Polícia Especializada (DPE) e, na sequência, ficará à disposição da Justiça para audiência de custódia.

A PCDF apreendeu também aparelho de celular e notebook. Agora os agentes vão investigar se existem pessoas envolvidas com o acusado no plano para o massacre. O homem não tinha emprego fixo e vivia com os pais. A identidade dele não foi revelada pela polícia em razão da Lei de Abuso de Autoridade.

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