Justiça condena líder de grupo neonazista por morte em Águas Claras
Segundo a acusação, o skinhead ordenava que os integrantes do grupo realizassem espancamentos e, se eles se negassem, seriam agredidos
atualizado
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O Tribunal do Júri de Águas Claras condenou Rui Barbosa Oliveira pelo homicídio de Jailson Oliveira Nunes. A pena foi fixada em 27 anos de reclusão em regime inicial fechado. A vítima era integrante de grupo skinhead neonazista liderado por Rui Barbosa.
Os jurados acolheram a qualificadora apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Segundo a denúncia, o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima: Jailson estava distraído, conversando com uma mulher, quando foi surpreendido.
Entenda o casoEm fevereiro de 2007, após receber um telefonema, Jailson se dirigiu à frente do hipermercado Carrefour em Águas Claras, onde parou sua moto e começou a dialogar com uma mulher. Rui, então, aproximou-se, efetuou diversos disparos de arma de fogo e fugiu.
O crime foi motivado por disputa interna pela liderança do grupo skinhead. Outro motivo foi uma investida amorosa da vítima em relação à ex-companheira do autor do assassinato.
De acordo com a Promotoria do Tribunal do Júri de Águas Claras, há provas nos autos segundo as quais o acusado ordenava que os integrantes do grupo realizassem espancamentos e, se eles se negassem, seriam eles próprios os agredidos. Em outra ocasião, Rui envolveu-se numa briga em uma parada de ônibus e jogou o passageiro do coletivo para fora do veículo.
Ainda de acordo com a acusação, havia um código de conduta imposto pelos líderes do grupo, o qual determinava que quem saísse seria morto. Foi apreendida grande quantidade de material nazista na casa de Rui, que tem diversas tatuagens em referência à ideologia. Todas essas situações contribuíram para o aumento da pena do réu.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do condenado. (Com informações do MPDFT)