Justiça condena dupla que queimou irmãos vivos durante festa no DF
Juntos, acusados cumprirão 66 anos de prisão em regime inicial fechado pelo assassinato brutal das vítimas
atualizado
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O Tribunal do Júri de Ceilândia condenou nesta quinta-feira (25/04/2019) Jairo Rodrigo de Sousa, 40 anos, e Uemerson Monteiro da Silva, 35, pelo assassinato dos irmãos Jeferson Pereira da Silva, 39, e Jackson Junio Pereira da Silva, 42, na casa onde as vítimas moravam, na QNM 36, em Ceilândia. Os dois foram queimados vivos, em 2016, após uma discussão com os assassinos por uso de drogas com os assassinos.
Jairo e Uemerson foram condenados a 27 anos e seis meses, e a 38 anos e seis meses de reclusão, respectivamente, pelo crime de homicídio qualificado por meio cruel. A pena deve ser cumprida, inicialmente, em regime inicial fechado. Um outro suspeito de envolvimento com o caso, Iraildo Martins, 32, foi absolvido.
O trio foi acusado de atear fogo nas vítimas durante uma festa. De acordo com testemunhas, havia consumo de drogas e álcool no local. Um desentendimento por conta dos entorpecentes acabou se tornando uma briga. Jairo e Uemerson se uniram contra os donos da casa, deixando os dois desacordados. Eles ainda teriam tido a ajuda de Cleide Maria da Conceição, que está foragida.
Inconscientes e deitados no chão, Jeferson e Jackson ficaram à mercê dos criminosos, que jogaram alguns colchões por cima deles. Com um isqueiro e uma garrafa de cachaça, Jairo ateou fogo nas vítimas e em toda a casa, causando um grande incêndio.
A Polícia Civil (PCDF) não tinha pistas do paradeiro dos criminosos até setembro de 2017, quando Jairo foi internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) após levar sete tiros. Ele teve de prestar depoimento na mesma delegacia em que o crime anterior estava sendo investigado, e os agentes ligaram as histórias. Cleide, na época companheira de Jairo, acabou entregando os outros envolvidos, que foram presos.
Clamor por justiça
Esperando há tanto tempo por justiça, Loyane Damares Pereira, irmã das vítimas, afirma não ter dúvidas do que aconteceu. “A defesa deles chegou a dizer que seria um acidente, que um curto-circuito teria causado o incêndio. É um absurdo, pois os próprios laudos feitos pela Polícia mostram que foi algo proposital”, diz.
Para ela, o que mais surpreendeu foi o fato de haver uma relação de confiança dos parentes e os assassinos. “Todos eles se conheceram uns seis meses antes do crime. Iam muito na casa dos meus irmãos. Jairo, por exemplo, até me ligava às vezes para me dizer como Jackson e Jeferson estavam”, relatou a irmã.
Loyane disse não entender até hoje o que pode ter acontecido. Muito próxima dos dois, ela destacou que, apesar do envolvimento com drogas, não havia nenhuma característica de violência tanto em um como em outro. “Eles trabalhavam e todo mundo da família sempre ia visitá-los. Nunca tiveram passagem pela polícia”, argumentou.