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Julgamento de Nenê Constantino começa nesta segunda-feira (8/5)

Fundador da Gol Linhas Aéreas é acusado de mandar matar um líder comunitário em Taguatinga. O crime ocorreu em 2001

atualizado

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Nenê Constantino
1 de 1 Nenê Constantino - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O empresário Nenê Constantino está sendo julgado nesta segunda-feira (8/5) pelo Tribunal do Júri de Taguatinga. A sessão era para ter começado às 9h, mas teve início quase duas horas depois. Isso porque os participantes aguardavam a presença de um dos 25 jurados para sorteio de sete.

O réu chegou ao local por volta das 8h15 acompanhado de seus advogados e não deu declarações à imprensa. Fundador da Gol Linhas Aéreas, Constantino, 86 anos, foi denunciado em 2008 pelo assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, ocorrido em outubro de 2001. Outros quatro acusados serão julgados na mesma sessão.

Os advogados tentaram adiar o julgamento e um dos argumentos era de que seria necessário novo sorteio para substituir um dos suplentes dos jurados, mas o pedido foi indeferido. O júri é composto por quatro mulheres e três homens. Cada advogado terá o tempo de 1h15 para o debate e igual período será concedido para o MP.

Por volta das 13h25, a sessão foi suspensa por uma hora e meia para almoço. A primeira testemunha a ser ouvida à tarde é delegada Mabel de Faria, que conduziu as investigações do assassinato de Márcio Leonardo de Sousa Brito.

Além do empresário, serão julgados Vanderlei Batista Silva, João Alcides Miranda e João Marques dos Santos, acusados de conspirar para cometer o assassinato. O quinto e último réu é Victor Bethônico Foresti. Manoel Tavares, que seria responsável pelo disparo que tirou a vida da vítima, já morreu.

De acordo com as investigações, Constantino foi o mandante do assassinato. Ele responde por homicídio qualificado. Márcio Brito, a vítima, era um líder comunitário e, com cerca de mais 100 pessoas, ocupou um terreno onde funcionou uma garagem da Viação Pioneira, de propriedade do fundador da Gol. O crime teria sido encomendado para intimidar o grupo que estava no local.

Durante o julgamento nesta segunda, a delegada Mabel de Faria confirmou que Manoel Tavares foi o executor dos disparos contra a vítima. Ele teria sido contratado por João Alcides, por meio de Vanderlei, que era comandado por Constantino. Mabel contou ainda que havia conflitos entre o empresário e a vítima, por conta da ocupação de um terreno que ficava na garagem desativada da Pioneira.

O julgamento não tem data para acabar. A previsão é de que se estenda até quinta-feira (11). As defesas, em conjunto, terão o tempo de quatro horas para réplica e mais quatro para tréplica. O MPDFT terá o mesmo período.

No começo desta manhã, a movimentação na porta do fórum era intensa. Parentes dos acusados, da vítima e os advogados das partes do processo começam a chegar para participar do júri popular, que é conduzido pelo juiz João Marcos Guimarães Silva. O MP é representado pelo promotor Bernardo de Urbano Resende.

A defesa do empresário afirma que o julgamento será fundamental para provar a inocência de Constantino, que já foi absolvido, em 2015, da condenação de tentar matar seu ex-genro, Eduardo Queiroz Alves.

Adiamento
O julgamento chegou a ser iniciado no dia 20 de março, mas foi suspenso e remarcado para este mês depois que o representante do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), promotor Marcelo Leite, se recusou a participar do júri. O procurador pediu o adiamento da sessão alegando que a defesa de Constantino havia anexado grande volume de documentos ao processo uma semana antes do julgamento.

O advogado do empresário, Pierpaolo Bottini, insistiu na manutenção do júri e, como os documentos tinham sido anexados dentro do prazo judicial, o juiz João Marcos Guimarães Silva recusou o pedido do MPDFT e determinou a continuação do julgamento. O promotor, então, se recusou a participar da sessão.

 

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