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Julgamento de motorista que atropelou mulher no DF é adiado

Com base no relatório policial, condutora afirma ter tomado chá do Santo Daime e que a culpa do acidente é do “Xamã”

atualizado

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Divulgação/CBMDF
Atropelamento 7/3
1 de 1 Atropelamento 7/3 - Foto: Divulgação/CBMDF

A Justiça do Distrito Federal decidiu, nesta quinta-feira (06/02/2020), adiar o julgamento do pedido de recurso da defesa da motorista Juliana Guimarães Cirillo, 22 anos. A jovem é acusada de atropelar e causar a morte de Rose Maria Flexa Medeiros, 73. O crime ocorreu em março do ano passado, na Esplanada dos Ministérios.

A defesa de Juliana tenta recorrer de sentença da 7ª Vara Criminal de Brasília do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), que instituiu pena de 2 anos e 8 meses de detenção em regime aberto e suspensão do direito de dirigir pelo mesmo período. O julgamento, contudo, foi adiado pela Justiça.

Na época do acidente, a vítima chegou a ser levada ainda com vida para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

A possibilidade de a acusada ser absolvida havia deixado a filha da vítima, Roseane Flexa Medeiros, 43, “muito preocupada”. A mulher relatou que sente “muita falta” da mãe e espera que a sentença seja cumprida.

“A pena dela foi pequena [três anos de suspensão da carteira de motorista, serviço comunitário e pagamento de cesta básica] e ela não quer cumprir. Não podemos correr o risco de deixar isso acontecer. Sinto a falta da minha mãe”, desabafou Roseane.

A filha de Rose vai comparecer ao tribunal para que a pena seja mantida. Em sua defesa, a autora alega que não teve intenção de cometer o atropelamento, e que desmaiou durante o corrido.

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O Peugeot 208 branco era conduzido por Juliana Guimarães Cirillo, 22 anos
O atropelamento ocorreu por volta das 18h, na Via S1, em frente ao Ministério da Saúde
Rose Marie Flexa Medeiros, 73, foi atingida pelo veículo desgovernado
Familiares de Rose Marie cobram respostas
Dentro do carro de Juliana, havia folhetos do "Orixá Reiki"
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Juliana e Rose Marie foram levadas ao HBDF. Rose, porém, não resistiu aos ferimentos

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O Peugeot 208 branco era conduzido por Juliana Guimarães Cirillo, 22 anos

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O atropelamento ocorreu por volta das 18h, na Via S1, em frente ao Ministério da Saúde

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Rose Marie Flexa Medeiros, 73, foi atingida pelo veículo desgovernado

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Familiares de Rose Marie cobram respostas

Arquivo pessoal
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Dentro do carro de Juliana, havia folhetos do "Orixá Reiki"

Arquivo pessoal
“Culpa do Xamã”

Com base no relatório policial, ao ser questionada no hospital acerca de sua condição, Juliana disse ter tomado chá do Santo Daime e que a culpa era do “Xamã”. Ainda conforme o documento, a jovem teve momentos de alucinação e falava que o braço dela estava caindo. Porém, estava imobilizada.

Já em depoimento formal, a motorista contou que dirigia o veículo na velocidade da via quando pressentiu que ia desmaiar. Afirmou ter tentado girar o volante e encostar o carro no meio-fio, mas desfaleceu.

Disse que só teve conhecimento do atropelamento quando chegou ao Hospital de Base. Defendeu que no dia do acidente não fez uso do chá, mas que já havia bebido em outras ocasiões.

Na delegacia, o pai de Juliana informou que a filha sofre de síndrome do vaso vagal, doença que provoca desmaios e confusões. Afirmou que a jovem se envolveu em outro acidente devido ao problema, mas que ela não tem restrição para dirigir.

Para Juliana, houve uma interpretação equivocada das pessoas responsáveis pelo seu atendimento no local do acidente ao dizerem que ela informou ter bebido o chá. A jovem alegou ter explicado aos socorristas que estava voltando da Igreja do Santo Daime.

O acidente 

O atropelamento ocorreu por volta das 18h de 7 de março de 2018, na calçada em frente ao Ministério da Saúde. Rose foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital de Base com um corte na face, consciente, estável e orientada. Ainda assim, não resistiu.

Os bombeiros encaminharam Juliana para a mesma unidade de saúde. A condutora se queixava de dores na coluna cervical, ânsia de vômito e estava consciente, porém desorientada, segundo a corporação no dia do caso.

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