Grupo que aplicava golpes com precatório é condenado a 155 anos no DF
Organização criminosa foi desarticulada em dezembro do ano passado durante a Operação Strike. Pelo menos 30 pessoas foram vítimas do bando
atualizado
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Seis integrantes de uma organização criminosa que aplicava golpes com precatórios contra servidores aposentados de órgãos federais foram condenados pela 8ª Vara Criminal de Brasília pelos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro. A condenação saiu nessa quinta-feira (13/06/2019).
Somadas as penas, a organização criminosa foi condenada a 155 anos de reclusão. A Justiça do DF também condenou os integrantes a repararem danos materiais e morais causados às vítimas. O valor mínimo fixado é de R$ 230 mil.
A quadrilha foi desarticulada e os integrantes presos em fase da Operação Strike, realizada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por intermédio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em dezembro do ano passado.
Segundo os investigadores, os suspeitos se passavam por representantes de associações filiadas a servidores federais, membros do Judiciário e até da Receita Federal para enganar profissionais aposentados dos órgãos, alegando que as vítimas teriam créditos judiciais a receber.
No entanto, para que os servidores tivessem acesso ao dinheiro, o grupo os convencia a realizar o pagamento de encargos. O valor adquirido com o crime era retido pela organização e lavado com a compra de carros e até criação de gado, conforme a PCDF.
Os golpes eram aplicados principalmente em idosos e há registros da ação do grupo no DF, Goiás, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais.
Operação Strike
Em dezembro do ano passado, a Deam deflagrou a Operação Strike, com o objetivo de desmantelar o grupo criminoso. Na época, a corporação acreditava que pelo menos 30 pessoas teriam caído no golpe, apenas no Distrito Federal.
A PCDF cumpriu, ao todo, seis mandados de busca e apreensão e recolheu quatro veículos que teriam sido comprados com dinheiro dos golpes. De acordo com as investigações, os alvos da organização criminosa são filiados a associações de servidores federais.
Os valores cobrados pelos suspeitos variavam entre R$ 7 mil e R$ 24 mil. Algumas vítimas, porém, chegaram a depositar R$ 96 mil. De acordo com a delegada, os criminosos lavavam o dinheiro que ganhavam com o golpe. “Compravam carros e até mesmo criavam gado”, ressaltou Sandra de Melo.