Fotos inéditas de jovem brasiliense desaparecido no Peru em 2012 dão novas esperanças à família

Uma nova esperança para a família do jovem Arthur Paschoali, desaparecido desde 2012 no Peru. Dois anos depois de a Justiça enviar para perícia uma máquina fotográfica do dono do bar onde o estudante trabalhava – apontado como principal suspeito pelos pais do rapaz -, o equipamento foi devolvido ao promotor que investiga o caso. Segundo a mãe do jovem, haviam mais de 500 fotos na câmera, das quais 102 teriam sido recuperadas.

“Quem sabe conseguimos, agora, algum indício que leve à solução desse caso”,  disse Susana Paschoali ao Metrópoles nesta quinta-feira (12/11). Porém, há um empecilho para que as fotos sejam, enfim, visualizadas. “Não existe no local um programa compatível que possa mostrar o material”, lamenta. A mãe do estudante aproveita para desabafar: “E não vemos qualquer interesse da promotoria em resolver esse impasse. Nós já nos oferecemos para pagar as despesas, mas não adiantou”.

Paschoali estudava na Universidade de Brasília (UnB), no curso de artes cênicas, mas decidiu viajar por seis meses pela América Latina. No Peru, desapareceu misteriosamente em dezembro de 2012, na cidade de Santa Teresa. Apenas dois anos e meio depois do sumiço do brasiliense é que as autoridades peruanas decidiram investigar o caso como um crime.

DNA
Em agosto deste ano, a polícia encontrou vestígios de sangue na casa do dono do bar para quem Paschoali  trabalhava antes de sumir. O exame que poderia revelar se o material era de Artur não foi feito em tempo hábil e a amostra venceu. Uma nova análise pode ser pedida. “O que nós vemos é que não há qualquer interesse do promotor do caso em resolvê-lo”, lamenta Susana. De acordo com ela, a família já pediu várias vezes a substituição da autoridade judicial.

Susana conta que o pedido da perícia na máquina só saiu depois da ajuda do Itamaraty. O advogado da família conseguiu ter acesso a duas fotos, que mostram Artur com o filho do dono do bar, em situação normal.

Queremos ver todas elas. Quem sabe não teremos uma pista do que realmente ocorreu, se há algo comprometedor.

Susana Paschoali

Para encontrar o filho, a família já gastou mais de R$ 230 mil e precisou vender uma lanchonete e fazer empréstimos. No próximo dia 29, uma comissão formada por deputados distritais vai a Santa Teresa cobrar celeridade nas investigações. O pai de Artur, Wanderlan Paschoali, acompanhará a comitiva.