Fortium cumpre ordem de despejo, mas deixa rastro de destruição
Edifício na 616 Sul estava com estruturas demolidas. Alunos que foram à instituição ficaram perplexos ao ver o imóvel lacrado
atualizado
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Um ano após a Justiça determinar o despejo da Faculdade Fortium do prédio que ocupava na quadra 616 da Asa Sul, devido à falta de pagamento de aluguéis, os responsáveis pela instituição fizeram a mudança. O Judiciário havia concedido prazo até esta segunda-feira (15/1) para a liberação da estrutura. A ordem foi cumprida, mas a empresa deixou um rastro de destruição no imóvel.
O advogado Guilherme Alvim, da empresa proprietária do imóvel, a Ega Administração, Participações e Serviços Ltda., afirma que a Fortium será responsabilizada, pois os danos foram causados durante o contrato de locação. Ainda não existe uma estimativa do prejuízo, mas um orçamento já está sendo providenciado, afirmou.Mármores e lâmpadas foram arrancados, cadeiras e vidraças estavam quebradas, muretas de concreto ficaram completamente destruídas, e havia muito lixo espalhado.
“Já estivemos no local e fizemos fotos e vídeos para mostrar de que forma o imóvel foi recebido. Quando o orçamento ficar pronto, a Fortium será acionada judicialmente para arcar com o prejuízo, visto que o prédio estava sob responsabilidade dela”, afirmou Guilherme Alvim.
Veja fotos do estrago no edifício da 616 Sul
Em março do ano passado, a Fortium recebeu da Justiça prazo de 10 meses para desocupar o lugar. A decisão foi tomada no âmbito da ação movida pela imobiliária proprietária do prédio, que não recebia aluguel desde fevereiro de 2016. Os débitos somam mais de R$ 1,5 milhão.
A instituição informou aos estudantes que, a partir de 31 de janeiro deste ano, as aulas serão ministradas no edifício Rádio Center, na Asa Norte. A Fortium abriga 1.570 estudantes de administração, ciências contábeis, direito, letras, design, gestão da produção, pedagogia e dois cursos para tecnólogo, em gestão de RH e gestão pública.
Universitários surpresos
Alunos que foram à Fortium ficaram surpresos, na manhã desta segunda (15), ao encontrarem o prédio lacrado. Muitos estão apreensivos devido aos problemas financeiros da faculdade.
“Estamos com medo porque os problemas não são de hoje. Já tive documentos e notas que desapareceram ou não foram lançadas”, alega uma aluna do 10º semestre de direito que pediu para não ter o nome divulgado. Ela diz aguardar uma posição oficial da faculdade. Caso não consiga retorno, pretende recorrer à Justiça.
Roberta de Sousa, também aluna de direito, elogiou o corpo docente, mas falou que, administrativamente, a Fortium sempre deixou a desejar. “Os professores são ótimos, mas a parte administrativa é muito ruim. Estou apreensiva, sem saber se vou retomar as aulas e até mesmo me formar.”
O Metrópoles entrou em contato via e-mail com Wellington Moura, um dos responsáveis pela Faculdade Fortium, questionando-o sobre o despejo em razão dos atrasos de aluguel e também sobre a depredação do prédio. Até a última atualização deste texto, a reportagem não havia obtido retorno.
Veja vídeos de como ficou o prédio na 616 Sul que era ocupado pela Faculdade Fortium