Falsa médica que prometia tratamentos milagrosos no DF é condenada

A falsa médica Renatha Thereza Campos do Santos foi condenada a 10 anos e 6 meses de prisão por exercício ilegal da medicina e venda ilegal de medicamentos. Além disso, ela terá de indenizar as vítimas num valor total de R$ 24.490. A pena ainda pode ser aumentada, pois o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) não concordou com a condenação e interpôs recurso para ampliar o tempo de detenção.

Segundo a denúncia, oferecida em dezembro de 2017, a falsa médica prescreveu remédios e aplicou medicação intravenosa sem possuir qualificação específica para isso. Ela também adquiriu substâncias psicotrópicas sem registro no órgão de vigilância sanitária competente.

Os crimes aconteciam na casa de Renatha. Segundo o MPDFT, a falsária chegou a ligar para um paciente dizendo ser médica e que o diagnóstico recebido da equipe do Instituto Hospital de Base (IHB) estava errado.

A vítima não teria desconfiado, pois recebeu uma visita em casa e teve o prontuário detalhado por parte da acusada. O paciente teria recebido a informação de que lhe restava apenas um mês de vida e seria necessário novo tratamento. Então, semanalmente recebia injeções e, com o tempo, começou a passar mal.

Renatha fingia ter especialização em vários ramos da medicina. Outra pessoa lesada, uma mulher que tinha dificuldades para engravidar e desejava um filho, recebeu garantia da falsa profissional de um tratamento bem-sucedido para ela e o marido conseguirem o tão sonhado bebê. O casal tomou injeções prescritas pela acusada e começou a ter diversos problemas de saúde.

Ela também se passava por dermatologista. Em fevereiro de 2017, Renatha se apresentou como proprietária de uma clínica estética e prescreveu aplicação de ácido e microagulhamento para tratar acnes. O procedimento resultou em manchas e dores.

A mulher também realizou um tratamento estético ilegal em um homem que pretendia se livrar de cicatrizes de uma traqueostomia. O procedimento consistia em aplicação de ácidos e injeções. Após processo alérgico, Renatha injetou medicamentos via intravenosa e intramuscular da vítima, colocando a vida dela em risco.