Ex-policial que tentou depositar R$ 35 milhões quis subornar gerente
Em audiência de custódia, a Justiça transformou em preventiva a prisão do ex-agente da Polícia Civil e de dois comparsas dele
atualizado
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Preso em flagrante ao tentar depositar um cheque falso de R$ 35 milhões em uma agência bancária no Setor Central do Gama, o ex-policial civil Valdir José Alves Barbosa vai continuar na cadeia. A decisão foi tomada durante audiência de custódia feita pela juíza substituta da 2ª Vara Criminal do Gama, Lorena Alves Campos, nesta quinta-feira (27/9).
Outros dois homens, que o ajudaram a cometer o crime, também tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva. O trio, segundo a magistrada, tentou ainda subornar o gerente do banco para que ele “agilizasse a transação”.
Na tarde dessa quarta (26), os autores foram até a agência bancária para depositar um cheque no valor de R$ 35 milhões. O documento, no entanto, apresentava diversas inconsistências e indícios de ser falso.
Na decisão, a magistrada citou a descrição contida no auto de prisão em flagrante (APF) feito por policiais da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes Contra a Administração Pública (Cecor).
Segundo o documento, Valdir tinha a atribuição de tentar depositar o cheque. Ao chegar no local, ele pediu ao gerente que “fizesse rápido a operação e que daria uma gratificação a ele”, caso a transação fosse concluída com sucesso.
Raimundo Nonato Bezerra e Wilton Monteiro da Silva tinham de permanecer do lado de fora, como “olheiros”. Ao perceberem que a polícia chegou ao local, tentaram fugir “de forma dissimulada”, conforme consta no APF.
O fato é grave pelas circunstâncias em concreto e a prisão se mostra necessária: expressivo valor econômico, promessa de gratificação ao gerente, falsidade do cheque, associação criminosa. Neste diapasão, a concessão de liberdade provisória ou a aplicação de medidas cautelares não são recomendáveis
Juíza Lorena Alves O. Campos
Prisão
O gerente do Banco do Brasil desconfiou da quantia milionária e, rapidamente, acionou a Polícia Militar. No momento da prisão, os PMs encontraram R$ 14 mil em espécie com os suspeitos. A quantia teria sido sacada horas antes em outra agência bancária.
Aos militares, Valdir justificou que estava “apenas depositando um cheque que recebeu de um cliente”. A Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil (Divicom) confirmou que o homem foi exonerado, em 2006, pela corporação, mas não apontou o motivo. O trio responderá por estelionato tentado combinado com associação criminosa.