metropoles.com

DF cobra R$ 270 mi de recursos públicos desviados por corrupção

Para tentar reverter o problema, o Ministério Público de Contas e a PGDF vão negativar devedores no Serasa e nos cartórios

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Andre Borges/Esp. Metrópoles
DF-enfrenta-dificuldade-para-recuperar-dinheiro-desviado-por-corrupção
1 de 1 DF-enfrenta-dificuldade-para-recuperar-dinheiro-desviado-por-corrupção - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

A Procuradoria-Geral do DF (PGDF) abriu processos de Tomadas de Contas Especiais (TCEs) para que pessoas físicas e jurídicas devolvam ao Distrito Federal R$ 269.766.150,99. A soma foi divulgada pelo Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF). O milionário recurso é decorrente de prejuízos causados à administração pública — entre 2013 e 2019 —, a exemplo de má gestão e desvio de dinheiro.

Deste total, R$ 398.188,20 foram parcelados ou quitados. Entre os valores recuperados e que retornaram aos cofres do Governo do DF (GDF), R$ 221.082,85 caíram integralmente no Palácio do Buriti. Os demais R$ 177.105,35 estão parcelados. Para evitar a prescrição das penas, órgãos de controle têm protestado ações na Justiça. A partir deste ponto, o Estado entra com ação extrajudicial para cobrança de bens.

Nos últimos anos, o MPC e a Procuradoria-Geral (PGDF) decidiram apertar o cerco aos inadimplentes.

Serasa

Segundo o procurador-geral do MPC-DF, Marcos Felipe Pinheiro Lima, pessoas físicas e jurídicas condenadas terão o nome negativado no Serasa. A negativação começou com processos de 2018 e 2019, somando um total de R$ 8,5 milhões. O movimento fez com que muitos devedores procurassem a Procuradoria para negociar os débitos.

“Isso vai ensejar, em algum momento, um desconforto para o devedor”, pontua o procurador-geral. A inscrição torna viável economicamente o arrocho da cobrança das pequenas dívidas, afinal, ação de execução é demorada e onerosa. “É antieconômico ajuizar uma para a cobrança de um título de R$ 3 mil”, complementa.

Protesto em cartório

Ministério Público de Contas e PGDF também farão protesto das dívidas de TCEs em cartórios. Ou seja, a intenção é negativar os inadimplentes no sistema cartorial.

“Se devedor quiser obter algum crédito, a instituição financeira certamente vai consultar os cartórios. Ela quer ter segurança no retorno. Se ele estiver obscuro, é evidente que ela vai aumentar a taxa de juros ou nem vai fazer o negócio. Esse é um dos efeitos dessa inscrição”, assinalou.

A terceira medida em marcha é o levantamento prévio dos bens móveis e imóveis dos devedores. O encaminhamento será diretamente nas propriedades. Desta forma, no ajuizamento de uma ação de execução, aquele patrimônio será cobrado, mesmo se a pessoa ou empresa vendê-lo para terceiros.

Lentidão administrativa

A PGDF é responsável pelo ajuizamento das TCEs após os processos serem avaliados pelo MPC-DF e julgados pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF). Antes da ação judicial, o órgão tenta solução administrativa, negociando com as partes envolvidas.

No entanto, a eficácia dos acordos fica muito abaixo dos valores milionários necessários a fim de reparar os cofres públicos. Em 2017, a PGDF deu sequência a 98 processos administrativos. Deste total, o GDF recuperou R$ 44.610,81 . Ao longo de 2018, 157 ações foram propostas. O valor recuperado foi de apenas R$ 253.967,22. O balanço de 2019 ainda não foi concluído.

Caixa de Pandora

No primeiro ano da gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB), a procuradoria montou um setor específico para acompanhar o pagamento de tomadas de contas e outras cobranças de interesse do DF. A ideia é monitorar passo a passo e dar celeridade ao ressarcimento.

Dentro do novo modelo, em 2019, a PGDF ajuizou 59 processos judiciais decorrentes de TCEs. O valor total cobrado foi de R$ 35. 180.072,92. O dinheiro ainda não chegou ao GDF. Em relação aos processos do referido período, o DF cobra R$ 25.143.005,60 da empresa LinkNet Tecnologia e Telecomunicações LTDA. O montante diz respeito ao escândalo da Caixa de Pandora.

Centralização

As TCEs costumam ser abertas pelos órgãos onde se originam as irregularidades. No entanto, existem casos sob a tutela da Controladoria-Geral DF (CGDF). Estes processos envolvem dirigentes de secretarias, autarquias e fundações, além daqueles determinados pelo governador.

A baixa taxa de recuperação dos valores cobrados é motivo de preocupação do controlador-geral do DF, Aldemario Araújo Castro. Neste contexto, a CGDF está elaborando uma minuta de decreto para fazer a centralização das TCEs da administração direta a partir de R$ 75 mil.

 

 

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?