Delação de Cláudio Melo ratifica R$ 50 mil pagos a Robério Negreiros
A pedido do sogro do deputado, a empreiteira teria liberado dinheiro para a campanha de Negreiros em 2014
atualizado
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A retirada do sigilo das petições enviadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a instâncias inferiores confirmam um possível repasse de R$ 50 mil da Odebrecht para o distrital Robério Negreiros (PSDB). O dinheiro, segundo delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empresa, teria sido destinado à campanha do deputado em 2014.
No vídeo do depoimento de Cláudio Melo, prestado ao Ministério Público Federal, ele relata ter atendido a um pedido do sogro de Robério, Luiz Carlos Garcia, que teria feito o pedido. “Para ajudar um amigo, solicitei à empresa que realizasse o pagamento, pois em algum momento no futuro poderíamos ter interesses locais a serem defendidos no DF”, afirmou o ex-executivo da Odebrecht.
O distrital não foi localizado nesta quarta (12/4) para comentar o assunto. No entanto, na terça (11), o parlamentar disse ao Metrópoles que a doação de R$ 50 mil foi declarada e aprovada pelo partido pelo qual era filiado à época, o PMDB, sem ressalvas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). “A decisão do ministro Fachin não emitiu qualquer juízo de valor, apenas remeteu a mera e irresponsável citação do meu nome para análise do TRF-1, onde, tenho certeza, será arquivado, pois não cometo, não admito e não compactuo com ilicitudes”, disse.
Segundo mais votado
Robério Negreiros tem 38 anos e está na segunda legislatura como deputado distrital. Ele faz parte de uma bancada de empresários com mandato parlamentar. A família do político é dona da empresa de vigilância Brasfort, que mantém contratos com o Governo do DF.
Hoje no PSDB, o parlamentar foi eleito pelo PMDB com 25.646 votos. Nas últimas eleições, Negreiros foi o segundo distrital mais votado, atrás apenas de Julio César Ribeiro (29.384 votos). Atualmente, ele é presidente da Comissão de Segurança da Câmara Legislativa.
Em 2004, Robério chegou a passar nove dias preso. A detenção se deu durante a Operação Sentinela, realizada pela Polícia Federal. A ação tinha como objetivo desarticular um grupo que fraudava licitações no Tribunal de Contas da União (TCU). As operações, segundo a PF, somavam R$ 11,9 milhões. Mas, em 2014, o TCU, por 8 votos a 1, concluiu que não houve ilicitude nem dano ao erário.