Defesa: “Adriana foi condenada sem um fiapo de prova. Vamos recorrer”
Arquiteta foi condenada, nesta quarta-feira (02/10/2019), a 67 anos e 6 meses de reclusão, pela morte dos pais e da empregada da família
atualizado
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Os advogados que defendem Adriana Villela informaram que vão recorrer da decisão do Tribunal do Júri de Brasília. A arquiteta foi condenada, nesta quarta-feira (02/10/2019), a 67 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela morte dos pais e da empregada da família, assassinados em 2009.
“A defesa técnica da Adriana Villela tem a mais absoluta certeza e convicção da sua inocência. Produziu prova negativa da sua participação no terrível assassinato dos seus pais e da colaboradora Francisca.O Tribunal do Júri, no entanto, a condenou sem um fiapo de prova. É um erro judiciário colossal e desumano. Iremos ao Tribunal para reverter esta injustiça”, disseram em nota distribuída logo após a leitura do veredito.
“O que ocorreu aqui foi uma monstruosidade”, reagiu o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O julgamento mais longo da história do Distrito Federal chegou ao fim após 10 dias e mais de 100 horas de discussões. A decisão dos sete jurados sorteados para o caso – quatro mulheres e três homens – foi anunciada pelo juiz Paulo Giordano por volta das 18h. O caso, que ficou conhecido como crime da 113 Sul, é um dos mais rumorosos da capital federal.
A arquiteta foi condenada a 32 anos de reclusão pelo homicídio do pai, José Guilherme Villela, a mais 32 anos pelo da mãe, Maria Villela, e a 23 anos pelo assassinato da empregada da família, Francisca Nascimento Silva. Além disso, houve condenação de 3 anos e 6 meses pelo furto de joias e dinheiro. As penas, contudo, não são somadas e o juiz fixa o tempo total. Por isso, chegou-se aos 67 anos e 6 meses.
Os outros três envolvidos já condenados pelo Tribunal do Júri tiveram as seguintes penas: 62 anos para Paulo Cardoso Santana; 60 anos para Leonardo Campos Alves; e 55 anos para Francisco Mairlon.
Adriana não esboçou reação. Após ouvir a pena, abraçou a filha, Carolina, e o advogado Antônio Carlos Almeida de Castro, o Kakay, e deixou a sala sem falar com a imprensa. Ela não saiu presa do Tribunal do Júri, pois poderá recorrer em liberdade. A eventual prisão só ocorrerá após os recursos e o trânsito em julgado do processo.
Segundo a acusação, Adriana, de 55 anos, contratou por R$ 60 mil o ex-porteiro do prédio onde os pais moravam, Leonardo Campos Alves, para assassiná-los. Ele teria contado com ajuda de dois comparsas: o sobrinho Paulo Cardoso e o ex-entregador de gás Francisco Mairlon.
O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a advogada Maria Villela, pais da arquiteta, e a empregada do casal, Francisca Nascimento Silva, morreram esfaqueados em 28 de agosto de 2009, no apartamento do casal, na 113 Sul. Foram 73 perfurações provocadas por armas brancas, no total.
O que disse a ré
Ao chegar para o 10º e último dia de julgamento, Adriana falou com a imprensa. “Eu sou inocente e agradeço por estar trazendo isso à luz agora, aqui no tribunal”, declarou.
Em interrogatório que durou cerca de oito horas nessa terça-feira (01/10/2019), Adriana narrou um bom convívio familiar. Durante toda a explicação, ela não tirou os olhos dos jurados. “Nós tínhamos um relacionamento amoroso, mas também havia conflitos. Minha mãe não gostava do jeito que eu me vestia. Nem de que discordassem do que ela dizia. Ela era frágil e insegura, e se tornou forte pelas perdas que teve”, disse.
O Metrópoles acompanhou desde o início, na segunda-feira (23/09/2019) da semana passada, todas as etapas do julgamento. Foram 24 testemunhas ouvidas: oito de acusação e 16 de defesa.
Perdeu algum momento do julgamento? Confira a cobertura do Metrópoles:
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