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De balconista a falso milionário, preso da Kriptacoin vendia sonhos

Urandy João de Oliveira é apontado pelo Ministério Público como garoto-propaganda da moeda digital que enganou 40 mil pessoas no país

atualizado

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Arquivo pessoal
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1 de 1 20156023_1051256251676976_8447708216321532066_n2 - Foto: Arquivo pessoal

Entre os personagens ligados ao esquema da moeda virtual Kriptacoin, um chamou atenção dos investigadores: Urandy João de Oliveira, 43 anos. O grupo criminoso transformou o ex-balconista de padaria em executivo milionário da Wall Street Corporate, empresa responsável pela Kriptacoin. A história de Urandy foi forjada para atrair – e enganar – investidores. Hoje, ele está no Complexo Penitenciário da Papuda, pois foi um dos presos na Operação Patrick, deflagrada em 21 de setembro.

A ascensão meteórica das finanças de Urandy – que não passava de uma farsa – surpreendeu e encantou milhares de investidores da moeda digital, mas não a Polícia Civil e o Ministério Público do DF e Territórios. O Metrópoles teve acesso à denúncia oferecida pela 1ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos ao Consumidor (Prodecon) à 8ª Vara Criminal do DF. No documento, o homem é apontado como um dos garotos-propaganda da empresa que enganou cerca de 40 mil pessoas e movimentou mais de R$ 250 milhões.

Segundo a denúncia entregue pelo promotor de justiça Paulo Roberto Binicheski, Urandy atuou em conluio com a empresa Wall Street Corporate realizando palestras e eventos, e atraindo potenciais investidores para a Kriptacoin. O “vendedor de sonhos” da organização criminosa conta, em vídeo, que largou a profissão de balconista e, em apenas seis meses, embolsou R$ 1,2 milhão como executivo da companhia.

“Urandy induziu investidores ao erro, no engodo de atrair milhares de novos adeptos ao sistema e alavancar os lucros dos idealizadores, ao veicular em vídeo divulgado nas redes sociais que teria auferido ganhos pessoais milionários”, diz trecho da denúncia.

Assista ao vídeo que conta a história de Urandy Oliveira:

 

No finalzinho de 2016, ‘a gente encontremos’ (sic) a Wall Street Corporate. E, de lá para cá, vem trabalhando com muita força, brilho nos olhos, força na voz e no coração. Dentro de seis meses de trabalho, a nossa vida mudou da água para o vinho. Com seis meses de trabalho, alcancei o primeiro milhão [de reais] de muitos

Urandy João de Oliveira, garoto-propaganda da Wall Street Corporate em vídeo

Urandy reproduziu seu “discurso vencedor” país afora. Ele fez palestras, registradas em fotos e vídeos, em municípios como Goiânia (GO), Formosa (GO), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Patos de Minas (MG). A promessa de ganhos diários de 1% seduziu milhares de pessoas, que lotaram salas de eventos em busca de uma fórmula para o lucro fácil.

Veja algumas imagens da atuação do “vendedor de sonhos” da Wall Street Corporate

7 imagens
O garoto-propaganda do esquema se vendia como o balconista que virou milionário
Urandy exibe um cheque de R$ 1,2 milhão...
...O valor teria sido ganho com investimentos na Kriptacoin
Publicidade de palestra feita na Bahia em julho
Terno alinhado e relógio chamativo: imagem moldada para inspirar credibilidade aos investidores
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Palestra de Urandy: promessa de retorno financeiro alto para enganar investidores

Facebook/Reprodução
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O garoto-propaganda do esquema se vendia como o balconista que virou milionário

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Urandy exibe um cheque de R$ 1,2 milhão...

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...O valor teria sido ganho com investimentos na Kriptacoin

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Publicidade de palestra feita na Bahia em julho

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Terno alinhado e relógio chamativo: imagem moldada para inspirar credibilidade aos investidores

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Perfil de Urandy no Facebook faz alusão à Kriptacoin

Facebook/Reprodução

O ex-balconista, nascido em Brejolândia (BA), conta no vídeo que veio para Brasília aos 18 anos e trabalhou em uma padaria até os 35. Ele decidiu “fazer algo a mais”, por estar preocupado com sua situação financeira. Atuou em uma empresa de marketing até 2016, quando migrou para a Wall Street Corporate, onde se tornou “laranja” da companhia.

Agora, aguarda a Justiça se pronunciar sobre a peça apresentada pelo MPDFT. O Ministério Público denunciou 16 pessoas. Entre elas Urandy, acusado de organização criminosa; estelionato; crimes contra a economia popular; ocultação de bens, direitos e valores.

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