Após acusações de grampo, MPDFT convida Gilmar Mendes para visita
Promotoria sugere encontro para esclarecer “possíveis informações equivocadas” divulgadas sobre as investigações realizadas pelo órgão
atualizado
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O coordenador do Centro de Segurança da Informação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Alexandre Sales de Paula e Souza, convidou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes para visitar as instalações da Promotoria de Justiça do Paranoá. No início do mês, o magistrado acusou o MPDFT de realizar grampos ilegais em uma suposta central no local.
O convite, feito por ofício, sugere que a visita ocorra nesta sexta-feira (25/8), às 14h30. Segundo o documento, a proposta tem o objetivo de esclarecer “possíveis informações equivocadas que porventura possam estar sendo propaladas acerca das atividades desempenhadas” no local.
A polêmica teve início no dia 8 de agosto, quando Gilmar Mendes, durante sessão de julgamento no STF, atacou Grupos de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaecos), que auxiliam o MP em investigações. O ministro ainda levanta a hipótese de realização de escutas ilegais em uma suposta central no Paranoá, e cita nominalmente o promotor Wilton Queiroz.“Falam até do nome de um ex-delegado, hoje promotor, que atua no gabinete do procurador-geral, chamado Wilton Queiroz, que faria esse papel. Isso virou um pouco terra de ninguém. Não obstante, o que se ouve? Que hoje é um festival de investigação sem controle judicial”, afirmou à época.
As declarações motivaram a divulgação de pelo menos quatro notas de protesto contra o ministro. Em uma delas, o procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bessa, afirma que a atuação do órgão no combate ao crime organizado, à corrupção e a quaisquer outras formas de violação da lei tem sido realizada “de forma responsável e dentro dos limites de atribuição deste Ministério Público”
Bessa ainda saiu em defesa do promotor de Justiça Wilton Queiroz, destacando “seu histórico de bons serviços” e “qualidades pessoais e profissionais”, que teriam ocasionado o convite para que ele integrasse a equipe da Operação Lava Jato.