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Agentes prisionais e policial militar são afastados do cargo em Santo Antônio do Descoberto acusados de tortura

Segundo denúncia do Ministério Público de Goiás, eles teriam castigado dois detentos no presídio da cidade

atualizado

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Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
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1 de 1 santo - Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O Judiciário goiano determinou o afastamento de quatro agentes prisionais e um policial militar de Santo Antônio do Descoberto, entorno do DF, de seus cargos, a pedido do Ministério Público de Goiás. O afastamento das funções ocorreu após denúncias de atos de torturas dentro do presídio local e pela possibilidade de os mesmos atos se repetirem. O município fica a cerca de 50 quilômetros de Brasília.

Os agentes Robspierre M. O. Rodrigues, Miqueia Nunes Ramos, Albert César Gomes Raphael de Freitas Gonçalves e o policial militar Raimundo Borges da Silva foram denunciados, no final de outubro de 2015, pelo crime de tortura.

A tortura
De acordo com a denúncia, em março do ano passado, os denunciados submeteram dois detentos, que estavam sob sua guarda, com emprego de violência, a intenso sofrimento físico, como forma de aplicar castigo pessoal.

Segundo apurado, os reeducandos, após o banho de sol, foram levados para suas celas, quando o agente Albert César ordenou que um detento fechasse a grade da cela, não sendo atendido. Um outro detento, para evitar confusão, fechou a cela. Albert pediu que o agente Miqueia abrisse a cela para que o primeiro preso a fechasse, acontecendo novamente a recusa.

Diante da situação, Albert o algemou e o retirou da cela, levando ao alojamento dos agentes, onde a vítima foi espancada com socos na barriga e nas costas, chutes nas pernas e tapas no rosto e com lançamento de substância que provoca irritação. As agressões foram praticadas pelos agentes Robspierre, Albert, Miqueia e Raphael e pelo policial Raimundo Borges. Para a tortura, foram usados uma espécie de cassetete, cabo de vassoura, spray de pimenta. A vítima também foi obrigada a ajoelhar sobre britas.

As agressões continuaram até o momento que os demais presos começaram a gritar e a bater nas grades, numa demonstração de revolta com a sessão de espancamento.

Um dos insurgentes, que ameaçou denunciar os agressores, foi retirado da cela por Robspierre e agredido por ele e Miqueia com diversos socos no rosto e nas costas e espancado com um pedaço de pau. Mesmo depois de cair ao chão, a vítima continuou sendo agredida pelos agentes. Nesse caso, os agentes Albert e Raphael e o policial Borges ficaram omissos, quando tinham o dever de evitá-la. Após as agressões, Robespierre ainda ameaçou a vítima dizendo saber onde sua mãe e seus familiares moravam.

A denúncia
Os agentes Robespierre Rodrigues e Miqueia Nunes foram denunciados duas vezes pelo crime de tortura, por submeterem alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, cuja pena é de reclusão, de dois a oito anos, cabendo ainda o aumento da pena de um sexto até um terço, pelo crime ter sido cometido por agentes públicos.

Os agentes Albert César, Raphael de Freitas e o policial Raimundo Borges foram denunciados uma vez pelo crime de tortura, por igualmente submeterem alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, cuja pena é de reclusão, de dois a oito anos, cabendo ainda o aumento da pena de um sexto até um terço, pelo crime ter sido cometido por agentes públicos.

Os três também foram denunciados por omissão quando tinham o dever de evitá-las ou apurá-las, o que caracteriza também crime de tortura, cuja pena é de detenção de um a quatro anos. (Informações do Ministério Público de Goiás)

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