Acusados de integrarem esquema da propina na Semob continuarão presos
Juiz determinou a prorrogação das prisões temporárias de quatro detidos durante a Operação Mobilidade
atualizado
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O Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) atendeu pedido da Polícia Civil e prorrogou por cinco dias a prisão temporária dos quatro detidos durante a Operação Mobilidade, deflagrada no dia 5 de outubro. Os acusados são suspeitos de integrar um esquema de propinas na concessão do Selo de Vistoria, documento que atesta a regularidade de ônibus que rodam no sistema de transporte do Distrito Federal.
Dois dos presos são servidores da Secretaria de Mobilidade do DF: o auditor Pedro Jorge Oliveira Brasil, que trabalhava no terminal rodoviário do Gama; e o servidor da Subsecretaria de Fiscalização, Auditoria e Controle (Sufisa) Cláudio Marcello Oliveira Pinheiro. Eles seriam os receptores da propina paga por empresas e cooperativas de ônibus.
Pela condição de servidores públicos, Pedro Brasil e Cláudio Pinheiro estão em celas individuais com beliche e banheiro, no Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil. A sala do primeiro, inclusive, fica ao lado do cômodo que abriga temporariamente o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).Os outros dois presos na última semana são Robson Medeiros de Morais e Marlene Francisca Alves Chagas, da cooperativa Cootarde. Segundo as investigações, eles pagavam propina para conseguir a liberação de ônibus que não tinham condição de estarem nas ruas.
Operação Checklist
A Operação Mobilidade é um desdobramento da Checklist, que cumpriu 14 mandados de prisão temporária, sendo quatro contra agentes públicos. Segundo as investigações, os servidores pediam propina para liberar o Selo de Vistoria. O documento indicava que o ônibus estava com pneus, óleo, freios, catracas e motor em boas condições. Em troca, recebiam dinheiro e até carros. Um cofre também foi apreendido e levado para a Corf.
Entre os alvos da primeira fase da Checklist estava o ex-policial militar Valdir Luiz de França, conhecido como Valdizão. De acordo com a polícia, ele seria responsável por uma cooperativa e pagava propina para poder circular. Também entraram na mira das investigações o diretor da Coopertran, Marcus Vinicius Lobo, e o motorista Weber de Jesus.