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Acusado de fraudar exames na Clínica do Povo é julgado nesta terça

Proprietário das unidades em Samambaia e no Recanto das Emas emitia laudos falsos. Resultado de um paciente era replicado para vários

atualizado

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Exame
1 de 1 Exame - Foto: Divulgação/PCDF

O proprietário da Clínica do Povo, que mantinha unidades em Samambaia e no Recanto das Emas, Tiago Henrique Silva Gonçalves, será julgado nesta terça-feira (17/09/2019), às 14h, na 1ª Vara Criminal de Samambaia. Ele foi denunciado pelo Ministério Público 46 vezes pelos crimes de estelionato, e 61 vezes por falsificação de documento particular, exercício ilegal da medicina e perigo para a vida ou saúde de outras pessoas.

Segundo informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a denúncia pede também que o réu seja condenado por danos morais. Nesse caso, com o valor mínimo de R$ 20 mil para reparar cada vítima identificada, além dos danos materiais.

De acordo com o processo, entre março e novembro de 2017, o proprietário do estabelecimento exerceu a profissão de médico sem autorização legal, pois não possuía a formação acadêmica necessária. Ele se apresentava como médico do trabalho, dizendo-se apto para realizar exames clínicos admissionais. Para isso, utilizava os carimbos dos profissionais contratados pela clínica.

Resultados replicados

Ele também foi denunciado por falsificar exames laboratoriais de diversos pacientes. A Clínica do Povo mantinha contrato com a DB Medicina Diagnóstica Ltda. As amostras coletadas deveriam ser enviadas para a execução de análise laboratorial. Assim, receberia um número único de pedido que, por sua vez, corresponderia ao laudo emitido com o resultado do respectivo paciente. Entretanto, as amostras não eram enviadas e o réu falsificava os laudos, ao replicar o resultado de um paciente para vários.

No entendimento do MPDFT, o denunciado agia dessa maneira para obter vantagem econômica ilícita. Pelo preço de um laudo verdadeiro que a DB Medicina Diagnóstica realizava, Thiago Henrique lucrava dezenas de vezes mais, reproduzindo a análise de um material biológico examinado para inúmeros pacientes.

“Os documentos falsificados eram entregues às vítimas que, induzidas ao erro, acreditavam que o resultado recebido era referente à amostra que coletaram na Clínica do Povo. Ludibriadas, pagavam vantagem econômica indevida por tais exames laboratoriais falsificados”, explica a denúncia.

Operação Falso Testemunho

Em 2017, Tiago Henrique foi preso pela Polícia Civil na operação Falso Testemunho. As investigações apontavam que as amostras coletadas sequer eram examinadas e todo paciente recebia o mesmo diagnóstico — até o número do protocolo era repetido. As únicas diferenças eram o nome e a data de nascimento.

Com informações do MPDFT

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