Justiça determina internação em UTI de brigadista que pediu socorro

A juíza Gisele Nepomuceno Charnaux Sertã, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), determinou a internação, em uma unidade de tratamento intensivo (UTI), do brigadista Fabio Gomes Batista, de 38 anos. A decisão é da tarde deste domingo (14/3).

Conforme a coluna Grande Angular noticiou, Batista está internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), em estado crítico. Segundo parentes, ele está com Covid-19 e com pneumonia.

A magistrada deu prazo de até cinco dias para que a Secretaria de Saúde consiga um leito de terapia intensiva para Batista.

Sem leitos disponíveis, pacientes enfrentam a espera para internação. Na noite deste domingo, a fila no Distrito Federal estava em 311 pacientes, segundo a Secretaria de Saúde.

Após postar um vídeo dramático, Fabio Batista conseguiu amparo judicial.

Veja:

Decisão judicial

“A enfermidade de que sucumbe o autor encontra-se plenamente comprovada na petição inicial, restando patente a caracterização de dano de difícil reparação, fazendo-se a internação intentada o meio capaz de salvaguardar a saúde do postulante”, afirmou a magistrada.

Segundo a decisão, caso não seja possível a internação na rede pública, a Secretaria de Saúde deve providenciar um leito em um hospital particular. O deputado distrital Chico Vigilante (PT) prestou suporte para a família neste caso.

“Nós estamos recorrendo  à última instância possível para salvar uma vida, que é o Poder Judiciário”, afirmou o parlamentar. O distrital entrou com ações semelhantes nos últimos dias para ajudar a internação de outros pacientes em UTIs.

“Dada a situação de caos da rede pública, as ações estão surtindo efeito. Quase todas estão sendo executadas. É lamentável termos chegado a esse ponto. É muito triste”, lamentou o deputado.

Segundo o advogado Eduardo Octávio Teixeira Álvares, autor da ação, na prática, a sentença impõe ao Governo do Distrito Federal (GDF) a criação de mais leitos de UTI, uma vez que a rede privada também está superlotada. “Ou o GDF cria leitos, ou as pessoas vão morrer ainda mais”, alertou.

Horas de aflição

Segundo o irmão de Fabio, Jonathan Ribeiro Batista, 27 anos, auxiliar administrativo, a família vive horas de aflição. “O quadro dele ainda é grave e pode mudar a qualquer momento. Essa decisão é mais uma esperança. Na UTI, ele terá mais chances”, disse.

Fabio é casado pela segunda vez e tem dois filhos do primeiro casamento.

Outra batalha pela vida

O advogado Felipe Oliveira da Silva Modtkowski, 35 anos, também enfrenta a fila de espera de um leito de UTI. Infectado pela Covid-19, está internado em estado grave no HRC.

Segunda a família, o risco de morte é iminente. O novo coronavírus atingiu 75% do pulmão de Felipe. Junto com a Defensoria Pública do DF, familiares entraram na Justiça em busca de leito para Felipe ter chance de sobreviver.

Neste domingo, o juiz Gabriel Moreira Carvalho Coura determinou a internação do advogado em uma UTI. Felipe tem um filho de 2 anos. E luta para revê-lo.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde afirmou que Fabio está na fila para UTI, mas, no momento, não há leito disponível nem equipamentos necessários ao paciente. Até lá, segue sendo assistido no HRC. A pasta apura a situação de Felipe e promete resposta tão logo seja possível.