Justiça decreta prisão preventiva de acusado de matar mãe e filha no DF
Mulheres foram assassinadas em casa. Crime chocou comunidade de Planaltina e acusado teria tentado manipular criança para forjar álibi
atualizado
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O Tribunal de Justiça Distrito Federal e Territórios (TJDFT) decretou a prisão preventiva de Josimar Benedito de Paiva, 42 anos, acusado pelo assassinato de Giane Cristina Alexandre, 36, e Maria Madalena Cordeiro Neto, 65.
O juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel tomou a decisão neste sábado. Recentemente, Josimar teve um relacionamento com Giane. Supostamente, tentava retomar a relação. Maria Madalena era mãe dela.
“O crime é hediondo e possui pena máxima cominada superior a 4 anos. A gravidade concreta dos fatos é certa”, analisou o magistrado. As mortes ocorreram na casa das vítimas, em Planaltina, na manhã de quinta-feira (10/12),.
O acusado tentou, supostamente, usar o filho de Giane para forjar um álibi. O menino pediu socorro antes dos corpos terem sido encontrados.
Mas os investigadores da Polícia Civil do DF (PCDF) flagraram a contradição entre as falas da criança e as de Josimar. O caso está em investigação na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina)
“Com efeito, o autuado já vinha de algum modo planejando o crime e acabou por praticá-lo contra mulher e mãe, dentro da residência dela, e ainda na presença de outros familiares, gerando terror desnecessário”, pontuou.
Josimar foi preso foi na própria quinta-feira (10/12).
O caso
Segundo o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que investiga o caso, o menino teria buscado ajuda, por volta das 5h30, no portão de um vizinho, dizendo que a mãe a avó corriam perigo.
Na 31ª DP, para onde um dos suspeitos pelo crime foi levado, a nora de Maria Madalena, identificada apenas como Larissa, tentou levar o filho de Giane para casa.
Aos prantos, Larissa recebeu a notícia de que a criança estaria com uma tia. Sem conseguir localizar o paradeiro do menino, que tem 6 anos, Larissa praguejou Josimar. “Espero que ele apodreça na cadeia”, disse.
Gritos por socorro
O crime deixou moradores da quadra 8 do bairro do Arapoanga chocados. Quem encontrou o corpo das vítimas foram os militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), que foram acionados nas primeiras horas da manhã. Às 6h, chegaram ao local e constataram que as mulheres estavam sem vida.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi chamada e isolou o local para que peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) fizessem a perícia.
Madalena e Giane foram encontradas sem vida, cada uma em um quarto diferente, deitadas de bruços, sobre camas. Segundo ocorrência registrada na 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), não há marcas visíveis de violência ou disparos de arma de fogo. Porém, boletim de ocorrência detalha que, nos pulsos das vítimas, há indícios de que elas tenham sido amarradas.
Amiga da família, Maria dos Santos, 48, diz que frequentava a mesma igreja que Madalena. “Ela e eu servíamos juntas na igreja. Até iríamos ontem [quarta-feira], mas ela disse estar passando mal e não foi”, relembra.
Pela manhã, quando saiu para o trabalho, Maria viu as viaturas da PMDF e do Bombeiros na frente da casa da amiga, mas achou que teria ocorrido algum problema de saúde. “Ela tinha problemas nas costas, vivia reclamando. Jamais esperava que algo tão horrível teria acontecido com elas”, lamenta.
Suspeito
Informações preliminares suscitam que Giane teria terminado um relacionamento recentemente com um homem que mora na mesma rua da família. Ele foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos.
Maria conta que as vítimas reclamavam de receber ameaças do rapaz, bem como “declarações de amor”. “Depois que terminaram, ele deixava flores e desenhava corações na entrada da casa. Mas elas sempre jogavam fora ou apagavam”, narra.
Ao Metrópoles, vizinhos da família afirmam que nunca presenciaram ou ouviram qualquer sinal de violência ocorrida na residência. Marleide de Jesus, 55 anos, conta que, no local, moravam três pessoas na casa.
“Era a mãe, a filha e o neto de 6 anos”, revela. A dona de casa disse não ter ouvido barulho, e que, quando acordou, deparou-se com as viaturas policiais. “Ficamos muito tristes com a notícia. Eram pessoas muito queridas na rua”, lamenta a moradora.