Justiça considera greve ilegal, mas vigilantes mantêm paralisação
Trabalhadores devem retornar imediatamente aos postos de trabalho, sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato da categoria
atualizado
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O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) determinou liminarmente, nesta sexta-feira (2/3), a suspensão da greve dos vigilantes e o retorno imediato para “100% do efetivo trabalhando nos postos de serviços hospitalares, bancários, transporte de valores e tribunais de
Justiça, assim como 70% nos demais postos de serviços”.
Desde o início do movimento, na quinta-feira (1º), o atendimento à população foi afetado em hospitais públicos, estações do Metrô, estabelecimentos bancários, tribunais de Justiça, postos do INSS e escolas públicas, entre outras atividades.
O pedido que motivou a decisão judicial foi apresentado pelo Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância do Distrito Federal (Sindesp-DF) e acolhido pela desembargadora do Trabalho Maria Regina Machado Guimarães.
Sem acordo
Na manhã dessa terça-feira (27/2), o TRT intimou representantes do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal e donos de empresas do setor para uma reunião de conciliação. O encontro ocorreu na manhã desta sexta-feira (2/3) e terminou sem acordo, assim como uma audiência no Ministério Público do Trabalho.
A categoria reivindica dos patrões aumento de 7% e a manutenção de todas as cláusulas da convenção coletiva. A data-base era no início de janeiro, mas as negociações sobre o reajuste e a discussão a respeito das condições de trabalho não ocorreram.
A categoria não aceitou a proposta das empresas de dividir os R$ 34 do tíquete-alimentação – metade seria paga em dinheiro, e o restante, em cesta básica.
Patrões rebatem
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância do DF afirmou que, ao contrário do divulgado pela entidade responsável pela representação dos vigilantes, “os empresários do setor esgotaram todas as possibilidades de negociação com a categoria”.
“Vale lembrar que ocorreram mais de 20 reuniões, desde dezembro de 2017, muitas das quais acompanhadas por integrantes do Ministério Público do Trabalho, envolvendo os dois sindicatos. Essas negociações resultaram na concordância de vários pleitos da categoria laboral”, frisa o Sindesp.
A entidade diz ainda que “as empresas não querem acabar, em momento algum, com plano de saúde, auxilio-odontológico e o fundo de indenização decorrente de aposentadoria por invalidez por doença de qualquer natureza. A intenção é ter mais transparência, prestação de contas e adequação ao valor de mercado em cada um desses itens supracitados”.