metropoles.com

Justiça concede medida protetiva a mulher que pediu socorro em bilhete

Homem foi obrigado a sair do apartamento e a manter distância mínima de 300 metros. Ele também não pode fazer contato com a companheira

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/PMDF
em bilhete, mulher vítima de violência pede ajuda da PMDF
1 de 1 em bilhete, mulher vítima de violência pede ajuda da PMDF - Foto: Divulgação/PMDF

O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Brasília concedeu medidas protetivas a uma moradora da Asa Norte que pediu socorro à polícia por um bilhete debaixo da porta. Segundo a mulher, o marido a deixava em cárcerre privado e mantinha armas em casa para ameaçá-la. O caso aconteceu na terça-feira (29/6).

Em depoimento na 5ª Delegacia de Polícia (área central), o homem negou violência doméstica e afirmou que a mulher sofria de transtornos mentais.

Para a Justiça, a vida dos dois apresenta “desajustes” e não é aconselhável que eles fiquem perto.

“No presente caso, está caracterizada a fumaça do bom direito, consoante o termo de declarações da vítima carreado ao presente pedido. Conquanto incipientes, as informações trazidas evidenciam, prima facie, desajustes na vida dos envolvidos, sendo certo que a aproximação entre eles não se evidencia como aconselhável, por ora. O fato noticiado externa a necessidade, neste átimo, de se assegurar o afastamento premente entre as partes envolvidas, sob pena de se abrir a oportunidade para um desfecho indesejável”, destaca trecho da decisão.

O tribunal determinou que o companheiro deve sair do apartamento e que ele fique a uma distância de 300 metros dela. Além disso, o homem não pode entrar em contato com a mulher, seja pessoalmente, por telefone ou por aplicativos de mensagens.

Caso descumpra as medidas, ele terá a prisão preventiva decretada.

Prova cabal

No dia em que pediu ajuda, a polícia ofereceu à mulher que ela fosse à Casa Abrigo, mas ela recusou. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) entendeu que não houve prova cabal das agressões que a mulher diz ter sofrido.

Além disso, não foi localizada uma testemunha isenta para confirmar qualquer das versões. Assim, a polícia não autorizou a prisão em flagrante do companheiro, por “falta de provas objetivas”.

homem armado mantém mulher em cárcere privado no DF
Armas encontradas no apartamento
O caso

Na terça-feira (29/6), o Centro de Operações Policiais Militares (Copom) da PMDF recebeu um pedido de socorro. Ao chegar à casa, ninguém atendeu aos chamados da equipe na porta. Após algumas tentativas de contato, um bilhete foi colocado por baixo da porta com a seguinte mensagem: “Estou trancada! Aqui está cheio de arma! Hoje já houve agressão! Ele tem problemas psiquiátricos também!”.

Em seguida, os policiais desencadearam a Operação Gerente. Um agente especialista em negociação e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionados, no intuito de libertar a vítima. As equipes do 3º Batalhão continuaram tentando estabelecer contato, até que um homem apareceu na porta.

De acordo com a PMDF, ele insistiu que estava tudo bem, mas não queria que os policiais vissem a mulher, alegando que ela estava deitada. Diante da situação, os policiais entraram na casa e depois conduziram o homem à delegacia.

A mulher estava no sofá e indicou onde o homem mantinha várias armas – que, segundo ela, eram usadas para ameaçá-la, caso tentasse sair ou entrar em contato com alguém. Os objetos apreendidos eram simulacros de armas de fogo e airsoft.

O homem negou as agressões em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Declarou que a mulher sofre de esquizofrenia. O quadro teria piorado desde que o filho dela se mudou para a Bahia, com o pai, que tem a guarda da criança. Também afirmou que ela se recusa a tomar remédios para controlar o quadro de saúde porque acha que assim ficará “boa” para recuperar a guarda do garoto.

Sobre as acusações de cárcere privado, alegou que escondeu as chaves da casa por medo de que a mulher fosse embora levando-as do apartamento consigo. Em relação às armas de airsoft e simulacros, afirmou que tem nota fiscal e que as guarda em casa, mas não as usou para ameaçar a companheira.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?