Justiça concede medida protetiva a crianças de escola no Guará após professora humilhar alunos
Duas professoras ficavam responsáveis pelos alunos. Uma foi gravada humilhando e outra, que teve medida provisória, foi considerada omissa
atualizado
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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) concedeu uma medida protetiva para as crianças da Escola Classe nº 8 do Guará. A decisão é em caráter de urgência, para afastar uma segunda professora que estava na sala quando uma docente foi gravada ameaçando e humilhando alunos com necessidades especiais no colégio. As informações foram divulgadas pela família que registrou a rotina de terror vivida por um menino com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no colégio.
Apesar de não ser a professora que é gravada humilhando as crianças, a família considerou a segunda profissional omissa durante os ataques. “A professora permanecia na escola, estava lecionando ainda”, afirmou a avó do menino, Rozane dos Santos Braga. “O juiz deferiu medida protetiva para as crianças, porque elas não estão frequentando as aulas”, afirmou.
Na gravação, a professora chega a dizer às crianças para não começarem com “essa loucura” e os ameaça ao falar que eles vão “ver o que é bom para tosse”. Duas docentes ficavam responsáveis pelos quatro estudantes. A que teve os áudios divulgados está afastada, por licença-médica. A segunda foi afastada agora após decisão da Justiça.
Por se tratar de uma demanda da Varas da Infância e da Juventude, o TJDFT informou que o processo tramita em segredo de justiça. “Não sendo possível prestar informações processuais ou enviar documentos referentes a processo”.
Gravação escondida
A mãe de um garoto de 11 anos registrou momentos de humilhações vividas pelo filho e outros três colegas de turma, na EC 8 do Guará. Aos berros, a professora das crianças foi gravada enquanto ameaçava e depreciava estudantes com TEA.
Ouça:
Os áudios gravados pela mãe são de três dias: 5, 9 e 12 de junho de 2023. Ela usou um tablet guardado na mochila do filho para registrar as aulas da criança, ao perceber que o menino apresentava comportamentos incomuns em casa.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) informou que o caso está sendo apurado pela Corregedoria. “A pasta esclarece que os fatos serão apurados em relação a todos os servidores envolvidos e que adotará todas as medidas cabíveis nos termos da Lei Complementar nº 840/2011.”