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Justiça concede alvará de soltura a jovem preso injustamente no DF

Lucas será solto por volta das 6h da manhã desta quinta-feira (22), após passar quase 3 anos respondendo por crimes que não cometeu

atualizado

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Sede do TJDFT
1 de 1 Sede do TJDFT - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Após posicionamento do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pela liberdade de Lucas Moreira de Souza, 26 anos, que ficou preso por quase três anos sem ter cometido qualquer crime, a juíza da Vara de Execuções Penais (VEP) Leila Cury concedeu alvará de soltura para o rapaz.

Com a ordem, Lucas pode ganhar liberdade a qualquer momento.

“O Lucas será solto amanhã por volta de 6h”, comentou o defensor público Daniel de Oliveira, que integra a defesa de Lucas.

Em 20 de dezembro de 2017, o jovem foi preso, enquanto empinava pipa perto da casa da tia, em Ceilândia. Na ocasião, ele foi acusado de cometer roubo qualificado e tentativa de latrocínio. Chegou a ser condenado a 67 anos de prisão por um dos crimes dos quais foi erroneamente acusado.

A condenação de Lucas se deu com base em reconhecimento de vítimas. No entanto, segundo os defensores, as evidências não corroboram que ele tenha participado dos crimes cometidos em Ceilândia.

O caso

Na noite de 20 de dezembro de 2017, dois homens cometeram um roubo em Ceilândia. Os bandidos seguiram em um carro até o Recanto das Emas e praticaram outros crimes ao longo do caminho, entre eles uma tentativa de latrocínio.

À época, informação da polícia do Recanto da Emas detalhava que um dos suspeitos seria manco. A característica do bandido foi passada para os policiais de Ceilândia, que, então, procuraram o suspeito que se encaixasse nessa característica. Lucas foi abordado pelos policiais na manhã do dia seguinte.

O rapaz foi submetido ao reconhecimento de pessoas roubadas em Ceilândia e no Recanto das Emas. As testemunhas de Ceilândia não o reconheceram, mas as vítimas da outra cidade disseram ser ele o responsável pelos crimes.

Um policial acreditou em Lucas e levantou evidências da inocência do jovem. O primeiro deles é que o rapaz não tem a principal característica procurada pelos policiais naquele dia, pois Lucas não é manco.

Além disso, 10 dias depois da prisão, um crime com as mesmas características daqueles praticados em Ceilândia e no Recanto das Emas repetiu-se em Samambaia. Um mês depois, foram presos dois homens, com o mesmo veículo e arma usados nos delitos atribuídos a Lucas. Um dos detidos era manco. Enquanto isso, o jovem permanecia preso.

O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para comentar as inconsistências na investigação do caso, mas, até a última atualização dessa reportagem, não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.

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