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Juiz que condenou dono do bar Bambambã por estupro: “Causou medo”

Gabriel Ferreira Mesquita foi condenado, a princípio, a cumprir a pena em regime semiaberto e poderá recorrer em liberdade

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Em decisão publicada nessa quarta-feira (31/8), que condenou Gabriel Ferreira Mesquita, dono do bar Bambambã, na 408 Norte, a seis anos de prisão, em regime semiaberto, por estupro, o juiz da 2ª Vara Criminal de Brasília, Marcio Evangelista Ferreira da Silva, afirmou, nos autos, que o abuso sexual cometido contra as vítimas gerou medo e confusão nelas, além dos “transtornos psicológicos que a violência sexual causa”.

Para Marcio, o crime de estupro provoca danos psicológicos extremos na pessoa atacada sexualmente e, por isso, a reação da vítima desse tipo de crime é diferente das de outros.

“Ao analisar a fala da vítima e das demais falas que constam nos depoimentos colhidos aos autos, constata-se [que houve] confusão e medo acarretado pelos transtornos psicológicos que o estupro causa”, argumentou Marcio. “Em crimes como no narrado nos autos, em uma sociedade patriarcal como a brasileira, é, infelizmente, natural a demora em denunciar ou jamais denunciar, já que a vítima é humilhada pelo ato de ser agressor. Tal fato, humilhação, causa inúmeros danos à psique da vítima, inclusive medo em denunciar, culpa pelo evento e outros fatores”, completou.

O processo em questão trata-se do caso de uma mulher estuprada em 2018. Segundo a denúncia, Gabriel forçou sexo anal com a vítima, aproveitando-se de que ela estaria embriagada e sem condições de reagir. Ao analisar o caso, o juiz entendeu ter havido estupro, mas rejeitou a tese de vulnerabilidade.

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Cabe recurso à decisão em outras instâncias e Gabriel poderá recorrer em liberdade.

Relembre o caso

O Metrópoles contou com exclusividade relatos de vítimas de Gabriel. Até agora um total de 14 mulheres conversaram com a reportagem. As histórias de horror e trauma revelaram o modus operandi do estuprador, que dopava as vítimas e as estuprava por meio de sexo anal.

“Tudo aconteceu em uma noite após o aniversário de um amigo. Ele me levou até o quarto, onde, inicialmente, consenti a relação. Quando terminamos, e após certo tempo, adormeci. No meio da madrugada, no entanto, fui acordada de forma extremamente violenta, com ele me virando de bruços e forçando sexo anal”, relatou Maria*, uma das dezenas de vítimas das supostas violências cometidas por Gabriel.

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Amigos do dono do Bambambã também ressaltaram o seu perfil agressivo. “Conheci o Gabriel ainda na juventude, inclusive chegamos a morar juntos. Ele era uma pessoa envolvente e agradável de se estar, mas agressivo e violento quando confrontado”, descreveu um colega que não quis se identificar.

“Ele falou uma ou duas vezes sobre ter tido relação sexual consentida com uma mulher e, no meio do ato, ter partido para o sexo anal sem permissão da parceira”. “E teria achado o máximo”, completou.

Veja quem é Gabriel Ferreira Mesquita:

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Ele é acusado de ter abusado sexualmente de ao menos 12 mulheres
O empresário foi condenado a seis anos de prisão
Gabriel Ferreira Mesquita
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Dono do bar Bambambã, localizado na 408 Norte, em Brasília, no Distrito Federal

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Ele é acusado de ter abusado sexualmente de ao menos 12 mulheres

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O empresário foi condenado a seis anos de prisão

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Gabriel Ferreira Mesquita

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Defesa

O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Gabriel nesta quinta-feira (1/9), após a sentença, e aguarda resposta. À época das matérias publicadas anteriormente, no entanto, o defensor Bernardo Fenelon disse que apenas se manifestaria no autos do processo, mas, reiterou “a inocência do cliente”.

*Nomes fictícios para resguardar as identidades e garantir a segurança das vítimas

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