Jovens votam pela primeira vez no DF: “Exercendo papel de cidadão”
Número de menores de idade aptos a votar no DF é 158% maior que em 2018. Eleitores com 18 anos, contudo, formam o menor grupo de eleitores
atualizado
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Enquanto muitos já conhecem a sensação de participar do processo eleitoral, outros vivenciam a experiência pela primeira vez. É o caso da fotógrafa Débora Ferreira, de 21 anos, que estreou como eleitora pela manhã, na Escola Classe da 305 Sul. “É a nossa função exercer o papel como cidadão. Todo mundo que nasce tem que votar”, declarou, orgulhosa.
A irmã dela, Gabriela Ferreira, 16 anos, não é obrigada a participar do pleito, mas foi incentivada pelos pais e gostou da experiência. Ela não teve dificuldades na urna e ressaltou o fato de ter se sentido “mais adulta” com a atitude.
Levantamento do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), divulgado em junho, mostrou que o número de jovens com 16 e 17 anos aptos a votar nas eleições deste ano na capital federal é 158% maior que em 2018. Até maio de 2022, a capital tinha 37.620 eleitores menores de idade. Já em outubro de 2018, eram 14.538.
Mãe de Débora e Gabriela, Elisangela Ferreira, de 43 anos, acredita que está dando um bom exemplo ao incentivá-los à votar. “A gente não pode deixar nosso futuro nas mãos dos outros. Devemos ter consciência e colocar nossos princípios e valores em prática no voto”, afirmou.
O pai Jefferson Dalamura, 43, professor universitário, também destacou a importância de orientar a prole sobre o funcionamento da política no país. “O maior patrimônio que um pai pode deixar para os filhos são valores. Não queremos impor nada para as nossas filhas e damos a liberdade de ter escolhas diferentes”, ressaltou.
Pessimismo
Segundo o TRE-DF, a faixa etária que agrega o maior número de eleitores no DF é a que vai dos 36 aos 45 anos. São 503.920 pessoas, o que corresponde a 23% do total. Já a faixa etária com menos eleitores é a dos jovens de 18 anos, com 32.437 eleitores (1,47% do eleitorado total).
Entre os que votarão pela primeira vez, também há jovens insatisfeitos com a obrigação, como Luís Fernando Vieira Silva (foto em destaque), de 18 anos. “Ser obrigado a votar é meio chato. Ter que sair de casa, sendo que não vai mudar nada no final”, analisa o morador do P Norte, em Ceilândia, onde o domingo amanheceu frio e chuvoso neste domingo.
Luís Fernando acredita que independente de quem ganhar o pleito, a vida das pessoas não vai mudar. Por isso, não chegou a analisar propostas e escolher seus candidatos.”[Os candidatos] só querem saber deles, têm a vida ganha ali. O povo que é iludido achando que alguma coisa vai mudar para melhor.”