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Jovem tentou levar fraldas a ocupação e foi imobilizado por PMs. Vídeo

Nesta 3ª feira, as 80 famílias abrigadas e o Governo do Distrito Federal (GDF) entraram em acordo pela desocupação do prédio até as 17h

atualizado

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PMs e aluno da UnB - Metrópoles
1 de 1 PMs e aluno da UnB - Metrópoles - Foto: Reprodução / Redes sociais

Policiais militares impediram que um estudante levasse fraldas para famílias abrigadas na Ocupação Expedito Gomes Xavier, em um prédio abandonado no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Imagens gravadas mostram o universitário David Borges dos Santos chegar o local, com pacotes de fraldas em mãos, quando é abordado por PMs.

“Você vai sair ou você vai ser preso! Entendeu?”, afirmou um militar. O estudante, porém, permaneceu no lugar. O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), responsável pela ocupação, considerou que houve excesso agressividade contra o jovem. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), porém, alegou ter havido suposto “crime de desobediência”.

Na manhã desta terça-feira (12/11), os ocupantes do prédio e o Governo do Distrito Federal (GDF) entraram em acordo pela desocupação do edifício às 17h.

Na sequência, um policial puxou o universitário pela perna, enquanto outros militares cercaram e imobilizaram o estudante. O jovem caiu no chão, foi cercado e imobilizado. Para a coordenadora do MLB-DF, Ellica Ramona, 28 anos, a ação policial configurou uma agressão.

“Eles vieram com mais violência e prenderam um estudante que estava aqui apoiando. Ele não era do movimento, mas estava prestando solidariedade. Tentou entregar a fralda, e acabaram prendendo ele. Agrediram bastante. Eles também encurralaram a gente, pegaram os documentos de todo mundo e estavam bem repressivos, para tentar nos tirar daqui”, detalhou.

O caso ocorreu depois de a PMDF cercar a região, nessa segunda-feira (11/11), após a publicação da decisão de reintegração da posse do prédio ao respectivo dono. Na mesma data, a conselheira tutelar da Asa Sul Nathália Vieira também foi barrada, ao tentar levar fraldas, papel higiênico, pomada e água para as 80 famílias da ocupação.

Veja imagens do universitário agredido:

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A PMDF justificou que foi chamada para atuar em uma situação de “invasão predial” e que, devido à decisão judicial de reintegração de posse do imóvel, atuou na “preservação do local”, para impedir que mais ocupassem o edifício.

A corporação acrescentou que havia acertado com os advogados do MLB-DF e com representantes da ocupação que não haveria entrada de mais pessoas no local. “Um homem pulou os gradis e infringiu a ordem exarada. Foi solicitado que ele saísse, e o mesmo se negou, configurando o crime de desobediência. Quando abordado, verificou-se que o mesmo possuía uma faca”, argumentou a PMDF. O jovem acabou levado para a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central).

Homenagem a candango soterrado

A corporação foi acionada para cumprir a decisão judicial que determina a reintegração de posse do prédio. Com o cerco, aproximadamente 40 pessoas que estavam no edifício ficaram do lado de fora.

O MLB-DF detalhou que havia 80 famílias na ocupação do edifício, abandonado “há mais de sete anos na capital do país”. A ocupação recebeu o nome de Expedito Xavier Gomes, um dos candangos que trabalhou na construção de Brasília.

Ele e o colega de trabalho Gildemar Marques Pereira morreram em 1962, no canteiro de obras da Universidade de Brasília (UnB). Um dos auditórios da instituição de ensino superior recebeu o nome Dois Candangos, a pedido de Darcy Ribeiro, em homenagem aos operários soterrados durante as escavações do subsolo da instituição de ensino superior.

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