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Jovem picado por Naja tem risco de necrose em braço e de lesões no coração

Intubado por causa de insuficiência respiratória, Pedro está sendo tratado com noradrenalina, medicamento para manter a pressão arterial

atualizado

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O quadro clínico do estudante Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, picado por uma cobra Naja kaouthia de estimação, é considerado grave. A região do ataque do animal, no braço esquerdo, corre o risco de necrosar. Além disso, marcadores de necrose miocárdica estão elevados – ou seja, isso indica a possibilidade de lesão no coração do jovem de 22 anos.

Pedro continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. Nesta quinta-feira (9/7), o Metrópoles apurou alguns detalhes do tratamento do rapaz. A área afetada no braço ainda não foi operada devido a uma conjuntura clínica.

Um complicador é o choque anafilático que Pedro sofreu. A espécie de reação alérgica mudou o protocolo de uso do soro antiofídico para conter os efeitos do veneno da cobra — considerado um dos mais letais do mundo.

Pedro está intubado por causa do quadro de insuficiência respiratória. A equipe médica está tratando o universitário com noradrenalina, medicamento para manter a pressão arterial. Antes, ele passou por hemodiálise. Ocasionalmente, o veneno ofídico tende a prejudicar a função renal.

Oficialmente, o Hospital Maria Auxiliadora não divulga boletim médico do jovem, a pedido da família, mas informa que ele “está reagindo aos tratamentos”. A unidade médica ressalta que nenhum médico está autorizado a repassar informações.

Pedro mora na QE 40 do Guará 2 e criava a naja como animal de estimação, apesar de a serpente não ser natural de nenhum habitat brasileiro. O jovem é estudante de medicina veterinária. Ainda não se sabe as circunstâncias do acidente com a cobra. O rapaz foi picado na última terça-feira (7/7).

A família do jovem importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo soro — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível.

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Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF
Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia
No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro
Após as primeiras buscas, a Naja não foi encontrada
A Naja é uma das cobras mais venenosas do mundo
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Pedro é estudante de medicina veterinária

Arquivo Pessoal
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Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF

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Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

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No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

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Após as primeiras buscas, a Naja não foi encontrada

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A Naja é uma das cobras mais venenosas do mundo

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Carro do Ibama em frente ao edifício: padrasto do estudante picado não teria colaborado com autoridades

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Movimentação em prédio no Guará: vizinhos temiam que a cobra invadisse outros apartamentos pela tubulação

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Policiais da 14ª DP e agentes do Ibama foram ao endereço ligado ao estudante picado por Naja para tentar capturar a serpente

Carlos Carone/Metrópoles

Entenda o caso

Tão logo atacado pela Naja, Pedro foi levado ao hospital pelos pais. Ele apresentava palidez, tontura e dormência nos membros inferiores, sintoma que evoluiu e atingiu os membros superiores.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não existe registro, nos últimos anos, de entrada legal de uma cobra dessa espécie no Distrito Federal.

O animal exótico foi encontrado no fim da tarde desta quarta-feira (8/7), dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do shopping Pier 21, no Setor de Clubes Sul. Como Pedro não tem autorização para criar o animal, ele pode ser multado em até R$ 5 mil.

A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos. Ela agora está sob os cuidados do Zoológico de Brasília.

Atualização: esta matéria foi modificada na manhã de 10/7. Ao contrário do informado anteriormente, o braço do rapaz não estava necrosado, havia apenas o risco de essa situação vir a se desenvolver, o que não ocorreu.

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