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Jovem é seguida há 7 meses por vizinho que “gosta de bater em mulher”

A estudante compartilhou detalhes das situações nas suas redes sociais. Outras vítimas do mesmo stalker se pronunciaram após repercussão

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
stalker cidade ocidental 2
1 de 1 stalker cidade ocidental 2 - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Vítima de stalking, a jovem Carla Pacheco, 21 anos, vive um pesadelo desde novembro de 2023. A estudante é perseguida por um homem há sete meses e chegou a se mudar de casa para escapar da situação já que, segundo ela, a polícia não resolve o problema. Ela resolveu usar as redes sociais para denunciar o que vem passando e, após grande repercussão, encontrou outras pessoas que se dizem vítimas do mesmo agressor. “Ele gosta de bater em mulher”.

No primeiro vídeo, publicado antes da mudança, Carla explicou que o stalker morava em cima do seu apartamento na Cidade Ocidental, ou seja, era um vizinho. Ela contou que, no início, o homem não era uma ameaça e a família de Carla até o ajudava deixando ele utilizar a internet da casa e dando caronas. “Ele se mudou para o condomínio e minha mãe e meu padrasto deram a mão para ajudar ele. Até ele começar a dizer que já foi preso, que já agrediu mulheres…”, conta. 

Logo os comportamentos estranhos também começaram. Certa vez, a jovem almoçava no próprio quarto quando reparou que o homem a observava pela janela. “Ele estava me olhando igual um psicopata, um abusador.” A reportagem não vai, neste momento, identificar o homem por ainda não ter nenhum crime oficialmente imputado a ele.

Em outra ocasião, um vazamento atingiu a casa dela, e o problema estaria no apartamento do vizinho. Na primeira vez que a família conversou com o homem, ele disse que resolveria o problema. Porém, um mês depois, a situação continuava a mesma.

“Eu e minha mãe fomos lá de novo e ele foi ignorante e agressivo. Depois, meu padrasto foi lá e disse que ele devia resolver o problema com o homem da casa. Ele não gostou e pegou uma faca para tentar matar meu padrasto. A gente chamou a polícia, que disse para ele não entrar e nem passar pela porta de casa. Mesmo assim ele continuou indo.”

Depois disso, as perseguições se intensificaram. A jovem, que sai para trabalhar às 6h e volta para casa às 12h30, disse que o stalker sempre a acompanha e fica a esperando na parada de ônibus. Ela também contou ter parado de ir para academia, já que o homem sempre corria para observá-la saindo de casa. “Quando ele escuta o meu chuveiro, ele já vai para a esquina ficar me esperando. Ele sempre está com as mãos no bolso e anda com uma faca no condomínio, que muitos vizinhos já viram.”

No dia 17 de junho, a mãe de Carla a ligou avisando que ele estava na parada de ônibus esperando a jovem chegar do estágio. “Foi quando eu percebi que ele podia realmente fazer algo comigo e fui na delegacia fazer o boletim de ocorrência. Também pedi medida protetiva mas ainda não entrou em vigor.”

Segundo a estudante, o homem alega ter problemas mentais, informação negada pela própria irmã dele. “Ele adoeceu a irmã dele e quer adoecer a gente. A família dele nem quer saber dele. A irmã disse que já tentou interná-lo, mas os médicos disseram que ele não tem nada e só precisa tomar remédios.”

Carla afirma que “problemas psicológicos não justificam ele sair batendo nas pessoas.”

“Pode chamar a polícia que não vou preso”

A jovem e a família se mudaram de casa na última quarta-feira (19/6), por medo. Carla chegou a pedir uma medida protetiva contra o homem, mas as autoridades não o encontraram para assinar o documento, que, por isso, não pôde entrar em vigor. “Ano passado eu tive que ficar duas semanas sem trabalhar porque eu estava com muito medo, estava com síndrome do pânico.”

A estudante revelou que o stalker já disse que ela poderia chamar a polícia, já que não vai preso. Ela disse já ter procurado a polícia, o fórum, a imobiliária e o dono do condomínio, mas ninguém a ajudou. 

Ao gravar os vídeos e publicá-los na internet, a jovem explicou esperar ajuda com a repercussão. “Ele está perturbando uma senhora, minha tia, minha mãe, meu padrasto… todo mundo do condomínio. Todas as mulheres do condomínio ele caça briga, não tem uma que ele não arranjou confusão. Eu só quero que a Justiça seja feita, eu não sei onde ele está, não sei o que ele pode fazer comigo, não estou saindo na rua desacompanhada.”

O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás, que informou ter instaurado procedimento policial para investigação do caso por meio Delegacia de Polícia de Cidade Ocidental – 5º DRP. “Diligências estão sendo realizadas para a escorreita apuração dos fatos.”

Mania de bater em mulher

A jovem explicou que ela não é a única a ser perseguida. Segundo ela, o homem também aterroriza uma senhora de idade que mora em frente a casa dele. Além disso, em outro vídeo publicado sobre a situação, ela mostrou várias pessoas que afirmaram também terem sofrido algum tipo de violência do mesmo homem. Ela compartilhou os relatos sem expor identidades.

Uma das vítimas relatou que o homem entrou no quintal da sua casa, que é aberto, e tentou arrombar a porta. “Ele viu que só tinham mulheres [dentro da casa], graças a deus não aconteceu nada. Os policiais disseram que não podiam fazer nada pois ele tem problemas mentais. Acabamos nem prestando queixas na delegacia. Ele tem essa mania de bater em mulher, e não vai em homem não. Só mulher.”

Outra mulher também expôs o que viveu com o homem na época em trabalhava num  supermercado no Jardim Ingá. “Ele andava com um pedaço de pau e com uma faca. Ele ficava me olhando trabalhar e uma vez entrou no estabelecimento dizendo que ia me matar. Meu chefe pediu para eu ir para o escritório só que o ele foi atrás de mim e me jogou no chão. Ele voou em cima de mim e foi preciso cinco homens para tirá-lo. Depois saí correndo e me tranquei num banheiro, machuquei meu pé e rosto. Ele gosta de perseguir mulher mesmo.”

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