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Jovem do DF acusa seguranças de injúria racial: “Bora, bora, preto. Já deu”

À polícia, rapaz de 21 anos afirmou que teve medo de ser morto por vigilantes de estabelecimento erguido no estacionamento do Mané Garrincha

atualizado

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Um jovem negro de 21 anos procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para denunciar um caso de lesão corporal e injúria racial. O fato ocorreu na madrugada desse sábado (21/11), no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha, em frente ao Ginásio Nilson Nelson. Os suspeitos seriam segurança do Arena Bar.

De acordo com o depoimento, a vítima passou mal devido à ingestão de bebidas. Por isso, foi até o banheiro, onde ficou por cerca de 30 minutos.

O jovem afirma que, após esse período, foi surpreendido por seguranças. A porta da cabine em que ele estava foi aberta com violência, “parecendo que tinha sido chutada”.

Medo de morrer

Um dos seguranças, então, desferiu um chute na perna esquerda do rapaz e disse: “Bora, bora, preto. Já deu”. Outros dois funcionários riam de toda a situação.

O jovem conta que, no primeiro momento, não conseguiu entender o que estava acontecendo, mas o segurança continuava a gritar: “Bora, bora, bora”.

Aos policiais, o rapaz informou que teve medo de ser agredido e até morto. Sem se limpar, ele subiu as calças e saiu correndo do banheiro. Ele conta que os vigilantes continuavam a rir, enquanto ele saía sujo e desesperado.

O caso é investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

O outro lado
Por meio de nota, o Arena Bar informou que “não compactua com nenhum tipo de violência e confia nas instituições responsáveis por investigar o episódio. A direção do estabelecimento se coloca à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos”, diz o texto.

Morte no Carrefour

Na noite de quinta-feira da semana passada (19/11), véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, foi assassinado no estacionamento de uma unidade do hipermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS). Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que a vítima, um negro, é agredida por dois seguranças. Uma funcionária do supermercado acompanhou toda a situação de perto.

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre
Um vídeo mostra as agressões
Ele morreu ainda no local
João Alberto
Cenas do espancamento de João Beto
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João Beto caído no chão após as agressões

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Ele foi espancado até a morte em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre

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Um vídeo mostra as agressões

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Ele morreu ainda no local

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João Alberto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Cenas do espancamento de João Beto

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Um desentendimento com funcionários do Carrefour teria motivado as agressões sofridas por João Alberto. Dois seguranças foram presos em flagrante

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A vítima foi atacada com vários socos e golpes, registrados em vídeos por pessoas que assistiam à cena de terror

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Cenas do espancamento de João Beto

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João Alberto foi morto no dia 19/11, véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, ao ser espancado por dois seguranças de uma das filiais da rede Carrefour

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Dezenas de pessoas – entre amigos, familiares e militantes de movimentos negros – acompanharam o velório e o sepultamento de João Alberto Silveira Freitas

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Ele foi enterrado na manhã de 21/11, no Cemitério Municipal São João, zona norte de Porto Alegre

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Segundo informações da delegada Roberta Bertoldo, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), João Alberto teria desferido um soco contra um dos seguranças antes de ser espancado até a morte. As investigações sobre o caso continuam.

“Ele pode ter tido um ataque cardíaco em função das agressões e de estar sendo pressionado, porque ele ficou no chão e duas pessoas em cima dele o contendo”, disse Roberta Bertoldo.

Os suspeitos, identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, foram autuados por homicídio qualificado. Um deles é policial militar e foi levado a um presídio da corporação. O outro é segurança do Carrefour e está em uma unidade da Polícia Civil.

 

 

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