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Jovem com câncer perde movimentos enquanto espera radioterapia no HBDF

Luan Cavalcante Rodrigues passou por retirada do tumor em agosto, mas deve continuar tratamento no Hospital de Base. Porém, não tem previsão

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1 de 1 Luan (2) - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A família de Luan Cavalcante Rodrigues, 19 anos, corre contra o tempo para conseguir sessões de radioterapia para ele no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Em julho deste ano, o jovem foi diagnosticado com câncer no cérebro e, desde então, o quadro dele tem se agravado. Enquanto espera pelo início do tratamento, ele perdeu os movimentos das pernas.

Ao Metrópoles, a tia do rapaz contou que desde criança Luan sofria com dores de cabeça, mas a família nunca imaginou que a causa poderia ser tão grave. Porém, ao longo dos anos, as dores pioraram.

“Em julho, essas dores de cabeça tornaram-se mais fortes e nenhum analgésico aliviava. A gente levou ele em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), mas apenas o medicavam e liberaravam para casa. Foi aí que decidimos o levar em uma clínica particular, aonde a médica prescreveu a ressonância que identificou o tumor cerebral”, detalha Leandra Rodrigues, 40 anos.

Logo após o diagnóstico do câncer, a família conseguiu um encaminhamento para que o rapaz passasse por uma cirurgia de retirada do tumor no Hospital de Base, em agosto.

“O procedimento foi um sucesso, ele teve alta hospitalar e até a dificuldade de fala que ele estava começando a ter foi revertida. Porém, o próximo passo no tratamento dele seria a radioterapia”, conta a tia.

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Em agosto, ele passou por uma cirurgia para remover o tumor
Agora, ele precisa continuar o tratamento e realizar sessões de radioterapia
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Luan foi diagnosticado com câncer no cérebro em julho deste ano

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Em agosto, ele passou por uma cirurgia para remover o tumor

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Agora, ele precisa continuar o tratamento e realizar sessões de radioterapia

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Na tentativa de agilizar o início das sessões de radioterapia pela rede pública de saúde, Leandra entrou com um pedido na Defensoria Pública do DF dias após o procedimento. Mesmo com tutel de urgência deferida pela Justiça, Luan ainda aguarda pelo início do tratamento.

Segundo a família, a longa espera seria justificada pela falta de leitos disponíveis na ala de oncologia do HBDF.

“Nós entramos com uma liminar para que fosse atendido com urgência o pedido de marcação de consulta na oncologia, a primeira sessão de radioterapia e o exame que identificas quantas sessões serão necessárias ao logo do tratamento”, explica Leandra.

Porém, enquanto aguarda pelo início da radioterapia, o jovem teve uma piora no quadro. “A melhora que ele ganhou pós cirurgia ficou pior. Ele perdeu os movimentos da cintura pra baixo e não consegue mais ficar em pé, porém ainda não sabemos se é um quadro irreversível”, ressalta.

Luan perdeu os movimentos das pernas em decorrência do aparecimento de alguns nódulos na medula, que foram descobertos recentemente. Por conta da situação, a família decidiu interná-lo no Hospital de Base na expectativa de que iniciasse a terapia o quanto antes, há nove dias.

Nessa terça-feira (20/12), o rapaz foi diagnosticado com Covid-19 na unidade hospitalar e foi encaminhado para o isolamento. “Por conta do vírus, ele perdeu o exame de ressonância marcado para esta quarta e não vai poder comparecer a primeira consulta na oncologia no Hospital Universitário de Brasília (HUB)”, lamenta a tia.

Sem previsão de quando será encaminhado para a ala oncológica da unidade, a família foi informada nesta quarta-feira (21/12) de que o Luan terá que se recuperar da Covid-19 em casa, por volta de 20 dias.

“Eles disseram que não tem data para iniciar o tratamento. E se ele não estiver mais aqui daqui a alguns meses? É um menino tão novo e bom, ia entrar no Exército, mas teve o sonho interrompido por causa da doença. Só queremos que ele tenha o acompanhamento devido”, ressalta Leandra.

O que diz o Iges-DF

Responsável pela administração do HBDF, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), informou por meio de nota que “os serviços de imprensa não estão arrolados dentre as autoridades, instituições e pessoas autorizadas ao acesso de informações de pacientes sem sua expressa autorização”.

“Considerando que o sigilo médico é protegido pelo Código de Ética Médica (Resolução CFM nº. 1.246/88), que nos termos do artigo 102, é vedado ‘Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por justa causa, dever legal ou autorização expressa do paciente'”, esclareceram.

 

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