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JK descarta homofobia ao demitir professor que se vestiu de drag queen

Segundo instituição, a demissão estava decidida uma semana antes de acontecer a gincana na qual docente se travestiu

atualizado

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1 de 1 colégio JK taguatinga_divulgação - Foto: Divulgação

Após a polêmica sobre a demissão do professor de língua portuguesa do Colégio JK, Lucas Solano, o comando da instituição decidiu se manifestar. O docente acusa a escola de homofobia e diz ter sido demitido, na última quarta-feira (5/7), depois de participar de uma gincana da escola vestido como drag queen. Em carta encaminhada ao Metrópoles, a direção geral apresenta suas motivações e alega, entre outros pontos, que a demissão de Solano já estava decidida desde o fim de junho.

O professor lecionava para turmas dos ensinos fundamental e médio, nas unidades da Asa Norte e de Taguatinga (imagem em destaque), havia quatro anos. “Eu não escondo quem sou nem para o corpo escolar nem para ninguém. Acho que na era da autoafirmação, como a que vivemos, ninguém deve ser menos do que é”, disse Solano ao Metrópoles. “Mas o fato é que as diretorias nunca gostaram disso, e isto ficou bem claro com essa minha demissão desmotivada, um dia após eu me caracterizar de drag queen na gincana da escola. Não estou pedindo que todos me adorem, mas que me respeitem, principalmente enquanto profissional”, acrescentou.

A direção do JK explicou nesta sexta (7/7) que todos os professores passam por avaliação semestral de desempenho, com coleta de informações sobre a atuação em sala de aula e o cumprimento das regras da escola. “É de conhecimento de todos os professores que trabalham no Colégio JK que a demissão não é o caminho que costumamos seguir, pois, antes de fazê-la, são realizados vários atendimentos ao profissional no sentido de orientá-lo sobre como solucionar os problemas apurados no processo avaliativo. Com o professor Lucas não foi diferente”, afirmou a instituição em trecho da nota.

Segundo o colégio, Solano recebia orientações da direção e da coordenação desde o primeiro semestre de 2016, por questões ligadas ao seu temperamento em sala de aula: de acordo com relatos de alunos reproduzidos no texto, o docente levaria problemas pessoais para a classe e os “descontava” nos estudantes. O comando da escola mencionou ainda dois casos nos quais o professor teria xingado colegas de trabalho.

“As informações acima mais do que justificam uma demissão, mas o profissional informou à mídia que o fato de se vestir de drag queen na gincana da escola foi o que o levou a ser demitido”, acrescentou a instituição. “Como prova contra essa informação estapafúrdia e irresponsável, constam documentos que evidenciam que a decisão pelo desligamento do professor Lucas Solano ocorreu uma semana antes, no dia 28/6. Outro fato que precisa ser mencionado é que na gincana do ano letivo de 2016 o professor também se vestiu da mesma maneira”, concluiu.

Veja a íntegra da carta divulgada pela instituição de ensino: 

Carta JK sobre demissão do prof Lucas Solano by Metropoles on Scribd

 

Fora do ar
A repercussão do desligamento do professor de língua portuguesa congestionou a página do Colégio JK no Facebook. Por volta das 18h de quinta-feira (6/7), a postagem na qual a escola negava tratar-se de um episódio de homofobia tinha recebido quase 800 comentários – a maioria, críticas à instituição. A escola acabou apagando o post. Na carta divulgada nesta sexta (7), a direção explicou ter decidido tirar a página do ar até que o episódio seja esclarecido.

“O que mais nos indigna é que o professor fez alegações de que a sua orientação sexual tenha sido relevante para a sua demissão. Somos uma instituição de ensino com mais de 40 anos de atuação em Brasília, na qual milhares de pessoas passaram por aqui e sabem que a nossa proposta de ensino valoriza as diferenças, repudia qualquer tipo de preconceito e, acima de tudo, luta por um futuro melhor para todos nós”, concluiu o texto divulgado.

Além da denúncia de preconceito, Solano diz que a escola tem débitos trabalhistas com ele. “Nunca depositaram uma parcela minha do FGTS. Conhecidos que foram demitidos há seis meses só estão recebendo o valor do acerto agora. A escola não respeita seus profissionais”, acusou. A instituição não fez qualquer referência quanto a essa alegação do educador.

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