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Isolamento cai em todo o DF. Veja as cidades que menos seguem a quarentena

GDF traz pela primeira vez o recorte por região administrativa. Levantamento norteará o Palácio do Buriti na tomada de decisões

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Grupo se reúne para jogar dominó no centro de Taguatinga
1 de 1 Grupo se reúne para jogar dominó no centro de Taguatinga - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A queda na taxa de isolamento social está diretamente relacionada ao aumento de infectados e mortos por coronavírus na capital do país. Pela primeira vez, o Governo do Distrito Federal (GDF) mapeou a adesão dos moradores por região administrativa. O Metrópoles teve acesso ao levantamento. Samambaia, Ceilândia e Guará despencaram no índice de respeito à quarentena, ao mesmo tempo que viram disparar a quantidade de contaminados.

Segundo a pesquisa desenvolvida pela Casa Civil, o pico de participação no distanciamento ocorreu em 31 de março, quando atingiu 80%, maior, inclusive, do que a percentagem recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 70%.

 

 

 

 

Em 1º de abril, o índice desmoronou para 63% e, desde então, segue em declínio. Nessa terça-feira (12/05), por exemplo, o indicador na capital do país chegou a 44%. Ou seja, em pouco mais de um mês, a taxa caiu 19 pontos percentuais. Este é o período usado pela pasta do governo local para fazer as comparações.

Não há relação entre o estudo feito pelo GDF e o realizado pela empresa de software In Loco, que desde o início da pandemia mede o isolamento social em todas as unidades da Federação.

Na sondagem do Palácio do Buriti, Sobradinho I teve a maior redução: menos 21 pontos percentuais. Na sequência, aparecem Sobradinho II, Planaltina, Riacho Fundo (I e II), Brazlândia, Arniqueiras, Guará e Cruzeiro (veja mais abaixo na tabela).

Samambaia, que registrou uma explosão de casos na última semana e assumiu a terceira posição no ranking de RAs com mais cidadãos com Covid-19 – 147 no total –, viu o índice de respeito à quarentena desabar em 10 pontos percentuais: de 51% para 41% entre 1º de abril e 12 de maio.

A maior e mais populosa cidade do DF, Ceilândia, lidera a estatística de óbitos decorrentes do coronavírus: 7. Lá, a adesão ao distanciamento chegou a bater na casa dos 48%, mas, agora, não passa de 39%.

O mesmo ocorreu na vizinha Taguatinga, cujo engajamento caiu nove pontos percentuais. Por outro lado, manteve-se estável em Vicente Pires e no Lago Norte. A primeira RA com 41% nos dois períodos avaliados e a segunda com alteração de apenas um ponto percentual: de 67% para 66%. O Lago Norte, inclusive, figura como a região que mais cumpre o isolamento social, segundo o GDF.

 

Cenas da cidade revelam aglomeração por toda parte: 

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O GDF determinou o uso obrigatório de máscaras nas ruas
O monitoramento constante do isolamento será uma ferramenta para a tomada de decisão do GDF
Vendas superaram as expectativas dos lojistas no Dia das Mães e no Dia dos Namorados em 2021
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Isolamento social está em queda constante no DF

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O GDF determinou o uso obrigatório de máscaras nas ruas

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O monitoramento constante do isolamento será uma ferramenta para a tomada de decisão do GDF

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Vendas superaram as expectativas dos lojistas no Dia das Mães e no Dia dos Namorados em 2021

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Mortes

Juntas, as cidades que mais registraram queda na taxa acumulam 23 das 45 mortes computadas em todo o DF. São elas: Ceilândia (7); Samambaia, Guará e Riacho Fundo (4); Taguatinga e Planaltina (2).

O índice de Águas Claras se manteve praticamente estável – saiu de 51% para 48% –, mas bem distante do recomendado pela OMS. Com mais da metade de seus moradores ignorando o distanciamento social, a região administrativa acumula 230 casos confirmados da Covid-19 e cinco mortes.

Por mais de uma vez, o Metrópoles mostrou pracinhas, academias ao ar livre e lojas da cidade lotadas.

Entorno

Segundo o subsecretário de Inovação da Casa Civil do DF, Paulo Medeiro, o Palácio do Buriti também está atento ao Entorno, onde a taxa de isolamento é de 39%. A preocupação se mostra razoável pela pressão que os moradores desses municípios exercem na rede pública de saúde de Brasília.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) declarou ao Metrópoles não se tratar de uma queixa, mas entende que saber a quantidade de infectados pela Covid-19 nessa região é fundamental para o pleno desenvolvimento de políticas públicas.

“Pessoas infectadas no Entorno estão sendo tratadas na nossa rede hospitalar. Então, faz parte do nosso planejamento olhar para essa região”, pontuou o emedebista.

De acordo com o subsecretário Paulo Medeiro, a ferramenta de monitoramento por cidades no DF será expandida e, por isso, algumas RAs ainda não estão contempladas na análise. “Também vamos fazer o levantamento por segmento. Poderemos saber quantas pessoas estão no comércio ou no transporte público, por exemplo. Será uma ferramenta para importantes tomadas de decisões”, explicou.

O DF começou a flexibilizar as regras de isolamento e pretende reabrir lojas de rua e shoppings a partir de 18 de maio, caso receba autorização da Justiça Federal. Como forma de preparação para este momento, o GDF determinou o uso obrigatório de máscaras.

Uma servidora de carreira do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a bióloga Paula Moreira Félix, 46 anos, chegou a ser levada para a delegacia por se recusar a colocar o acessório em um supermercado.

O GDF também passou a testar em massa a população e tem investido no aumento de leitos para tratamento dos doentes com Covid-19.

Percepção popular

O entregador Rafael de Aguiar, 28, diz que nem precisa avaliar a pesquisa do governo para notar que há muito mais gente na rua. Trabalhando com delivery de medicamentos, ele afirma que o trânsito no começo de abril nem se compara com agora. “Há semanas eu não via quase ninguém na rua, agora, tem muito carro e gente andando a pé.”

Maria Aparecida Soares, 54, é dona de uma banca de revistas na Asa Sul e se diz preocupada com o resultado do levantamento do GDF. “Meu marido é do grupo de risco e procuro tomar todo cuidado. Não acho que sou medrosa, mas, sim, cautelosa.”

Outro fator que a preocupa é a falta de cuidado de muitos com o uso das máscaras. “Muita gente anda com ela no queixo, daí, não adianta”, reclamou.

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