Irmãos são condenados por matar comparsa e ocultar cadáver no DF
Marcelo e Reginaldo assassinaram Tiago Almeida, em 2017. Motivo do crime seria ocultar o homicídio de um casal, praticado antes pelo trio
atualizado
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O Tribunal do Júri de Taguatinga condenou nessa quinta-feira (30/9) os irmãos Marcelo Augusto dos Santos e Reginaldo Augusto de Laura pelo assassinato de Tiago Almeida da Silva. Marcelo cumprirá a pena de 24 anos de prisão e Reginaldo, 18 anos e seis meses.
As penas foram aplicadas pela prática de homicídio triplamente qualificado pelo emprego de meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a impunidade de crime anterior, do qual a vítima teria conhecimento. Os réus ainda foram condenados por destruição e ocultação de cadáver.
De acordo com os autos, o crime ocorreu em dezembro de 2017, nos fundos de um barraco localizado na área de cerrado denominada Boca da Mata, em Taguatinga Sul. O motivo do crime era ocultar o homicídio de um casal, praticado anteriormente pelos réus com participação da vítima (veja mais abaixo).
Conforme a denúncia do Ministério Público do DF, a vítima foi atraída para a casa de Marcelo para fumar uma pedra de crack. Em um momento de distração, foi agredida na cabeça com golpes de marreta.
O juiz presidente do júri condenou os irmãos por infração ao art. 121, § 2º, incisos III, IV e V, e ao art. 211, ambos do Código Penal – CP e determinou o cumprimento das penas em regime inicial fechado. Os réus não poderão recorrer em liberdade.
Morte de casal de catadores
Em novembro de 2019, Reginaldo e Marcelo foram condenados por dois homicídios triplamente qualificados e ocultação de cadáver, em Taguatinga Sul, por conta do assassinato do casal Raquel Rodrigues dos Santos e Maurílio Barbosa dos Santos Junior. A pena foi obtida pela Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Águas Claras.
Marcelo teve pena de 50 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão; enquanto Reginaldo pegou 45 anos, 11 meses e 7 dias de reclusão para Reginaldo.
As vítimas eram catadores de recicláveis e viviam com os filhos atrás de um supermercado. Os jurados aceitaram todas as qualificadoras apresentadas pela Promotoria: motivo torpe (acerto de contas por dívida de drogas), meio cruel (os dois foram agredidos de forma brutal) e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas – Raquel e Maurílio foram atacados em momentos distintos, quando estavam sozinhos e desarmados.
Os crimes ocorreram na noite de 12 de dezembro de 2017. Os assassinos se encaminharam ao local onde o casal morava e encontraram apenas Raquel e os dois filhos. Eles retiraram as crianças da residência e atacaram a vítima a facadas.
Depois, cobriram o corpo com uma lona e enterraram em uma região conhecida como Boca da Mata. Depois de matar Raquel, eles esperaram pela chegada de Maurílio. Quando ele viu os criminosos, tentou fugir, mas acabou alcançado e agredido com facadas e choques elétricos.
A Polícia Civil (PCDF) prendeu Reginaldo e Marcelo no dia 26 de abril de 2018. O caso foi solucionado graças a imagens de câmeras de segurança, que registraram uma das mortes, e a descoberta da ossada de uma das vítimas em um matagal.