Irmão de Adriana Villela: “Temos certeza da inocência dela”
Augusto Villela falou, pela primeira vez, com a imprensa sobre o caso e disse que toda a família está abalada com o julgamento
atualizado
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O advogado Augusto Villela (foto em destaque), irmão de Adriana, que é acusada de ser a mandante do assassinato dos pais, falou pela primeira vez com a imprensa sobre o caso, ocorrido há 10 anos na 113 Sul. “Temos certeza da inocência dela desde o dia em que meus pais foram assassinados. Essa tese de crime de mando é fajuta. Isso foi criado por conta da incompetência da Polícia Civil do DF em descobrir os verdadeiros assassinos”, ressaltou.
Sobre o estado emocional da irmã durante os dias de julgamento, que nesta segunda-feira (30/09/2019) entra no oitavo dia, Augusto disse que ela está “abaladíssima”. “Todos nós estamos. A situação dela se agrava muito mais. No interrogatório, vai se defender e ajudar a defesa a mostrar a inocência dela”, destacou.
O oitavo dia de julgamento da arquiteta Adriana Villela começou com a leitura de peças do processo. Haverá, também, a apresentação de vídeos e fotos. Somente depois é que ocorre um dos momentos mais aguardados: a ré será alvo de questionamentos da defesa, acusação e de assistentes de acusação.
De acordo com o procurador Maurício Miranda, a leitura das peças é importante para levar o processo ao conhecimento dos jurados. “Vamos apresentar vídeos, porque a defesa está se embasando nos depoimentos desse perito e os prestados na 8ª DP (SIA), que, já está mais do que contundente, foram forjados mediante tortura. São depoimentos incoerentes, colhidos por pessoas sem conhecimento do processo”, afirmou.
“Estamos há 10 anos esperando o julgamento. Eu nunca enfrentei tanta força econômica em um processo quanto agora, com Adriana Villela. São peritos particulares pagos para fazer um trabalho que, claro, não vai apresentar pontos favoráveis para a acusação. Fica ridícula a posição deles diante do contexto”, acrescentou o procurador.
Advogado de Adriana Villela, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que a defesa queria dispensar a leitura das peças. “Nós entendemos que a prova técnica e testemunhal é absolutamente inteira e correta, a favor da inocência de Adriana. A base do MPDFT de acusação é uma carta de 2006, em que a mãe é dura com ela, que não considera dezenas de cartas posteriores e o depoimento de duas pessoas que têm interesse financeiro na causa, que são as filhas da Francisca (uma das vítimas), e contrataram um assistente de acusação. Não existe absolutamente nada que nos preocupe. Vamos fazer a leitura porque respeitamos o Ministério Público. Nós queremos julgar logo. Queremos a absolvição”, salientou.
Depois disso, Adriana vai ser interrogada. “Ela tem o que dizer. É o único momento para ela fazer sua autodefesa. Eu não queria que falasse ao MPDFT, mas ela faz questão. É inocente e está indignada”, acrescentou o advogado. A previsão é de que a oitiva da ré, no maior julgamento da história do DF, dure cerca de seis horas.
Pelo segundo dia seguido, Adriana deixou o Tribunal do Júri durante exibição de imagens do processo.
Confira aqui o resumo do julgamento mais longo da história do DF até agora.