Irmão acompanha buscas de rapaz que caiu no lago: “Confiamos nos bombeiros”
Luís Gabriel da Silva Oliveira caiu de uma lancha onde estava com amigos nesse sábado (10/10)
atualizado
Compartilhar notícia
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) procura por um jovem de 27 anos que caiu no Lago Paranoá na noite desse sábado (10/10). Luís Gabriel da Silva Oliveira, que está desempregado e mora em Taguatinga Norte, estava com um grupo de amigos em uma lancha e desapareceu na linha do canal central da Ponte JK. A corporação faz varredura na área na manhã deste domingo (11/10). Familiares do rapaz acompanham o trabalho.
Ao Metrópoles, o irmão de Gabriel disse que a família está muito abalada. No entanto, os parentes confiam nas equipes de busca e salvamento que estão no local. “Estamos nas mãos dos melhores bombeiros. A gente confia plenamente no trabalho deles”, disse Luciano da Silva Oliveira, 39.
“Como irmão, para mim, a esperança é a última que morre. Porém, pela razão, a gente sabe que as probabilidades são muito remotas [de encontrar Gabriel com vida]”, completou.
Ainda segundo Luciano, o caçula da família mora com a mãe. Ao descrever Gabriel, o irmão ressalta as características positivas do rapaz. “Ele é muito família, muito prestativo, solícito. Alguém muito amoroso e cuidadoso […] Meus pais estão muito abalados, especialmente minha mãe, pois ela é separada do meu pai e o Gabriel mora com ela. Ele tem muito cuidado com ela, faz tudo em casa, cozinha…”, contou Luciano, emocionado.
Os pertences de Gabriel, como carteira, documentos e celular, ainda não foram achados. Nenhum dos amigos do rapaz, que estavam na embarcação, entrou em contato com a família.
Os bombeiros foram chamados por volta das 19h20 desse sábado (10/10) e iniciaram uma busca emergencial na tentativa do resgate rápido, porém o jovem não foi localizado. Os trabalhos foram interrompidos após várias tentativas, devido à baixa visibilidade, mas retomadas no início da manhã deste domingo (11/10).
A lancha navegava em baixa velocidade e, assim que Gabriel se afogou, o piloto parou e os amigos começaram a procurar pelo rapaz, mas não o encontraram. O grupo, então, acionou os bombeiros.
Desde as 6h deste domingo, o Corpo de Bombeiros emprega cinco embarcações nas buscas, além da equipe terrestre de apoio. Os mergulhadores fazem uma varredura em uma área delimitada, no local apontado pelos ocupantes da lancha. A profundidade média na região é de 19 metros e a visibilidade é mediana.
Um boletim de ocorrência foi registrado na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), que investiga o caso como “afogamento”. A Guarda Costeira Fluvial da Marinha do Brasil também atua no local, onde estão familiares e amigos de Gabriel.
Conforme explicou o capitão Daniel Oliveira, do Grupamento de Busca e Salvamento dos Bombeiros, os trabalhos estão difíceis no local. “Apesar de haver testemunhas que, ao nos acionarem, informaram que o afogamento ocorreu no arco central da Ponte JK, ainda assim fica uma área ampla”, diz. Contudo, a meta dos militares é encontrar o rapaz ainda neste domingo (11/10).
“Estamos perto de uma estrutura, uma ponte. Então, lá embaixo tem vergalhão, resto de obras, e durante um mergulho a gente acaba encostando em objetos e é preciso tomar a devida cautela para que o mergulhador não se acidente”, afirma.
“Gabriel caiu”
Ao Corpo de Bombeiros, amigos de Gabriel informaram que “a lancha estava na lotação máxima”, mas a corporação ainda não sabe informar quantas pessoas estavam na embarcação. Testemunhas relataram que o jovem bateu a cabeça quando caiu.
Em um vídeo ao qual os bombeiros tiveram acesso, uma mulher aparece filmando a reunião de amigos até que outra grita informando que o rapaz havia caído no lago. “O Gabriel caiu”, avisa. A corporação, porém, não divulgou as imagens.
De acordo com o tenente-coronel Vieira, que comanda a operação do CBMDF no local, a velocidade da lancha no momento em que o jovem caiu era de 1.500 giros, o que significa que estava muito lenta, “quase parada”.
Veja vídeo das buscas nesta manhã:
Afogamento no Lago
O caso lembra o desaparecimento do advogado Carlos Eduardo Marano, 41, que também se afogou após cair de uma lancha em que estava com amigos. Contudo, no caso dele, após quatro dias de buscas, o Corpo de Bombeiros encontrou o homem já sem vida. O corpo da vítima foi localizado Lago Paranoá, próximo ao clube Cota Mil, em 4 de agosto.