Iphan rebate Ibaneis sobre flexibilização do patrimônio tombado
Instituto destacou que a preservação tem respaldo internacional e afirmou que os problemas da cidade não podem ser atribuídos a isso
atualizado
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As declarações do governador Ibaneis Rocha (MDB) sobre flexibilizar o tombamento de Brasília não foram bem recebidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em nota divulgada no fim da tarde desta sexta-feira (26/07/2019), a entidade afirmou que os problemas da capital “não podem ser atribuídos aos órgãos responsáveis pela proteção”.
“Trata-se de um bem tombado federal e distrital e listado como Patrimônio Mundial. Mesmo assim, os diferentes níveis de acautelamento nunca impediram melhorias na qualidade dos espaços que devem ser preservados”, continuou o Iphan no texto. “Fomos parceiros do GDF em todas as iniciativas para a melhoria da capital federal e temos mantido uma relação institucional exemplar com as secretarias, abertos à discussão sobre os problemas da cidade e contribuindo para a sua solução”, complementou o instituto.
Quente e frio
As falas do governador aconteceram durante solenidade de assinatura do contrato de concessão à iniciativa privada do Estádio Mané Garrincha, Ginásio Nilson Nelson e Parque Aquático Cláudio Coutinho, no começo da tarde desta sexta. O projeto da Arenaplex prevê a construção de um boulevard na região e reformas em todas as instalações do completo.
“Temos que parar com essa hipocrisia boba de que Brasília está tombada e, em virtude disso, deixaremos famílias passarem fome. Em nome disso, a cidade vai ficar atrasada e não concordo. Chegou a hora de transformar Brasília”, disparou o chefe do Executivo.
Ibaneis tratou de temas como a mudança de destinação de setores da cidade. “Por que eu não posso colocar gente para morar no Setor Comercial Sul? Aí, querem que eu coloque a polícia onde não tem e tire de onde vai ficar o povo. É assim que está uma cidade que ficou velha com 60 anos.”
Ao fim do evento, questionado sobre o tema pelos jornalistas presentes, Ibaneis amenizou o tom. “Não quero desconfigurar a capital, mas tem coisas que estamos trabalhando com o Iphan que podem ser revistas. Na Esplanada não existe um banheiro. Não prejudicaria a cidade construir banheiros ali”, exemplificou.