Iphan aponta má conservação da Igrejinha e recomenda série de reparos
Instituto entrega, nesta quarta-feira, um caderno de recomendações técnicas à Igrejinha. Local passará por reforma para sanar problemas
atualizado
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico e Nacional (Iphan) entrega, nesta quarta-feira (22/9), um caderno de recomendações técnicas à Igreja Nossa Senhora de Fátima, a Igrejinha. Prevista para as 10h, a cerimônia contará com a presença da presidente do Iphan, Larissa Peixoto; do arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa; do frei Reinaldo dos Santos Pereira, pároco da Igrejinha; e do superintendente do Iphan no Distrito Federal, Saulo Diniz. Entre as obras, o órgão vai autorizar a troca das portas do templo, visando, além da estética, a melhoria da segurança do local.
A ação está integrada à campanha Preservando Brasília, lançada pelo Iphan em março de 2020 visando conscientizar e sensibilizar os gestores para a manutenção preventiva de bens culturais acautelados pelo Governo Federal. Na ocasião, o Iphan entregou ao Governo do Distrito Federal (GDF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) – atual gestor da Praça dos Três Poderes – um documento contendo informações detalhadas e um relatório fotográfico com indicações de melhorias a serem realizadas no local.
“O projeto Preservando Brasília tem como objetivo criar uma aproximação entre o Iphan e os agentes responsáveis pelos bens. Com intuito de fortalecer a construção de uma gestão compartilhada, o projeto desemprenha um papel de assessoramento para o Patrimônio Cultural”, explicou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto.
Veja imagens da cerimônia, nesta manhã:
No caderno, o Iphan aponta que a Igrejinha apresenta sinais evidentes da passagem do tempo. O painel de Athos Bulcão, na fachada do monumento, possui fissuras e sujidades, por exemplo. O painel interno, de Francisco Galeno, está com marcas aparentes de desgaste. A estrutura apresenta fissuras, descascamento, marcas de umidade e arranhões.
Desta forma, o Iphan-DF entregará ao gestor da Igrejinha o caderno de recomendações técnicas que pontua uma série de reparos, tanto em sua estrutura arquitetônica, quanto em seu entorno, para possibilitar ao cidadão o maior usufruto do bem cultural.
“Por trás desse trabalho de conscientização e manutenção preventiva dos bens, a gente reforça que esse tipo de ação é algo de extrema importância para a perpetuação da nossa história. Também há outros benefícios, como o estímulo ao turismo”, destacou o superintendente do Iphan-DF, Saulo Diniz.
Troca das portas de entrada, reforma dos bancos genuflexórios (apropriado para orar de joelhos), pintura e reparos gerais estão entre as melhorias a serem realizadas. Para sanar os problemas apresentados pelo Iphan, a Igrejinha desenvolveu um plano de ação que prevê a execução e a entrega dos serviços à comunidade até dezembro de 2022. O plano também prevê reforma e adequação do sistema elétrico e revitalização das janelas.
“Estamos à disposição para colaborar durante todo processo e aguardamos o encaminhamento do planejamento referente à manutenção e à conservação da Igreja Nossa Senhora de Fátima”, disse o superintendente do Iphan-DF. “Com a união de esforços, estamos certos de que este importantíssimo bem cultural do país será resguardado para o presente e para as futuras gerações de brasileiros”, completou.
Veja os problemas apontados pelo Iphan no caderno de recomendações:
Caderno de Recomendações by Metropoles on Scribd
Igrejinha
Há mais de 80 anos, o Iphan, autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura (Secult) e ao Ministério do Turismo (MTur), responde pela preservação do Patrimônio Cultural brasileiro. É de responsabilidade do Iphan a conservação, a salvaguarda e o monitoramento dos bens culturais brasileiros inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, como é o caso do Conjunto Urbanístico de Brasília.
A Igrejinha, como é popularmente conhecida, foi projetada por Oscar Niemeyer, arquiteto com outras obras icônicas em Brasília, como o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e a Catedral Metropolitana de Brasília.
Primeiro templo em alvenaria erguido na capital e consolidada como importante marco da arquitetura moderna e espaço icônico de Brasília, a Igrejinha foi construída e inaugurada em 1958, antes mesmo da inauguração da capital federal. Athos Bulcão foi o responsável pelos azulejos de sua fachada. E, assim como outros importantes monumentos da cidade, a Igrejinha incorpora marcas temporais e já passou por várias intervenções.
Localizada entre as quadras 307/308 Sul, no Plano Piloto, a Igreja Nossa Senhora de Fátima está inserida no perímetro tombado do Conjunto Urbanístico de Brasília, inscrito no Livro do Tombo Histórico em 14 de março de 1990. Foi tombada provisoriamente em 2007, e em definitivo em 2017, como parte do conjunto das obras de Oscar Niemeyer, inscrita no Livro do Tombo das Belas Artes.