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Investigador diz que creche onde bebê morreu é “depósito de crianças”

De acordo com a PCDF, Creche da Tia Cleidinha tinha apenas um berço para cerca de 40 crianças

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
fachada da escola
1 de 1 fachada da escola - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Um policial civil que atuou nas diligências que investigam a causa da morte da bebê Amariah Noleto, 6 meses, nessa quarta-feira (20/10), classificou a creche em que a bebê estava como “depósito de crianças”. Segundo os agentes, o local é muito insalubre para o cuidado de pessoas tão novas.

Segundo as testemunhas ouvidas, a Creche da Tia Cleidinha, localizada na Vila Buritis, em Planaltina, abrigava cerca de 40 crianças, mas tinha apenas um berço para todas elas. O leito dos pequenos era dividido por lençóis, para que mais de uma criança conseguisse dormir ao mesmo tempo.

Os bebês eram colocados em sacos de dormir sem aberturas, que impediam a movimentação dos braços e o quarto era trancado. “Uma sala de 13 metros com mais de 30 crianças, vários dormindo no chão, em bebê-conforto, tudo muito insalubre”, descreveu o agente ao Metrópoles. O estabelecimento cobrava dos pais R$ 300 por mês para que os pequenos ficassem lá em tempo integral.

Ainda segundo as testemunhas, Amariah foi encontrada de bruços dentro do berço. “Tudo indica que a criança virou de bruços e o pano caiu sobre o rosto dela. Ela ficou no saco sem poder se mexer, passou mal e não recebeu nenhum atendimento”, destacou o investigador.

Veja o único berço da creche: 

berço com panos dividindo o leito

Ainda de acordo com os agentes, os médicos que atenderam o bebê no Hospital Regional de Planaltina (HRP) contaram que a criança chegou à unidade de saúde com palidez acentuada. Como o hospital da região não fica distante de onde funciona a creche, os investigadores acreditam que as cuidadoras demoraram a ver que Amariah passava mal.

Os policiais aguardam o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa da morte. A previsão é que o resultado saia nesta sexta-feira (22/10). A 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), que investiga o caso, autuou uma funcionária da loja, identificada como Marina Pereira da Costa, por omissão de vigília e cuidado. A acusada vai passar por audiência de custódia nesta sexta.

O que diz o GDF

Questionado se a creche funcionava de forma regular, o Governo do Distrito Federal (GDF) afirmou que a instituição não é cadastrada junto à Secretaria de Educação.

Veja a nota da pasta, na íntegra:

“A instituição não é cadastrada na Secretaria de Educação do Distrito Federal.

A Administração Regional de Planaltina informa que a empresa deu entrada ao pedido de licença de funcionamento em 2020, mas não finalizou a documentação solicitada e, por isso, não obteve a licença.

Em consulta a Rede Sim DF, foi constatado que a mesma havia entrado com pedido de licenciamento, faltando as autorizações por parte da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Educação.

A Secretaria DF Legal informa que não consta em seu banco de dados nenhuma reclamação ou denúncia sobre a creche Tia Cleidinha, em Planaltina. A pasta diz que enviará uma equipe ao local para averiguar as medidas que podem ser tomadas, uma vez que a mesma não deveria ter iniciado suas atividades sem todas as licenças válidas.

A recomendação da Secretaria de Educação é que os pais ou responsáveis, antes de efetivarem a matrícula, sempre verifiquem se a unidade educacional está em situação regular junto à Secretaria, o que pode ser feito no próprio site da pasta.”

2 imagens
Emergência do Hospital de Planaltina
1 de 2

Bebê não resistiu

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2 de 2

Emergência do Hospital de Planaltina

Gabriel Jabur/Agência Brasília

 

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